À agência Lusa, o músico Rui Camacho, que é também presidente da associação musical e cultural com o mesmo nome, explicou existirem duas razões para o lançamento deste trabalho.

“Por um lado, pretendemos continuar, com a linha de orientação da nossa atividade, iniciada em 1981, que passa por recolher, investigar, pesquisar, reinterpretar e divulgar a música tradicional madeirense”, afirmou Rui Camacho.

O responsável salientou que a “salvaguarda do património musical” é um objetivo dos Xarabanda, mas este trabalho passa por o “registar de uma forma renovada e atualizada no tempo”.

“Não nos limitamos a copiar, tentamos acrescentar sempre alguma coisa do tempo atual, novas sonoridades, novos ritmos, mas preservando as características da música e da letra”, continuou o músico, defendendo que a “única forma de não se perder a tradição é o registo e a divulgação, mas de uma forma moderna”.

Segundo o dirigente, “é através da modernidade que se dá uma melhor aceitação da música tradicional, junto das novas gerações”.

Rui Camacho adiantou que outra razão que levou o grupo a gravar um novo CD deve-se ao facto dos nove elementos atuais, que estão juntos há nove anos, ainda não o terem feito em conjunto.

“Andamos a divulgar este repertório, mas este nunca foi gravado e, quer madeirenses, quer turistas, ao ouvir perguntavam se tínhamos um disco”, acrescentou.

O repertório apresentado no CD, que o grupo apresenta na FNAC Madeira, quarta-feira, às 21:00, é constituído por treze temas, divididos por dois grupos, nove jogos cantados e quatro peças que eram cantadas para tornar mais agradáveis os momentos de lazer.

Segundo Rui Camacho, as músicas baseiam-se em recolhas diretas da tradição, existentes nos arquivos da Direção Regional dos Assuntos Culturais e da associação.

Inclui também cantigas publicadas no livro “Brinquedos Tradicionais Cantados - lengalengas e trava-línguas”, de Maria Lígia Lopes Brasão.

Além de Rui Camacho (flautas e percussão), integram o grupo Xarabanda João Viveiros (viola, rajão e coros), Roberto Moniz (viola, braguinha, rajão, viola d’arame e voz), Roberto Moritz (bandolim, braguinha, rajão, viola, viola d’arame e coros), Maria João Caires (percussão e voz), Slobodan Sarcevic (acordeão), Filipa Camacho (percussão e voz), Carlos Figueira (viola baixo) e Duarte Salgado (percussão).

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