O projecto indiano Desert Slide, que junta Vishwa Mohan Bhatt – um dos maiores mestres da slide guitar – e o grupo cigano Divana Ensemble, sobe ao palco do Castelo de Sines a 28 de Julho. No mesmo dia, também no Castelo de Sines, marca presença o projecto Shunsuke Kimura x Etsuro Ono, que explora as qualidades do Tsugaru Shamisen – um estilo virtuoso com forte componente percutiva.
Mamer, um dos artistas mais originais e influentes da nova música da China, que esteve programado para o FMM 2009 (não tendo chegado a actuar devido a problemas de vistos) actua no mesmo local, cinco dias antes.
Já o trio feminino Ayarkhaan, que recupera a tradição musical da Iacútia – república asiática da Federação Russa – passa pelo Castelo de Sines na noite de 29 de Julho.
Também já confirmados no cartaz do festival estão Congotronics vs. Rockers, Ebo Taylor & Afrobeat Academy, Blitz the Ambassador e António Zambujo.
Note-se que a edição 2011 do FMM Sines – Festival Músicas do Mundo realiza-se na cidade de Sines em dois fins-de-semana de Julho: 22 a 24 (sexta a domingo) e 27 a 30 (quarta a sábado).
Sobre Vishwa Mohan Bhatt & The Divana Ensemble "Desert Slide"
Primeiro aluno de Ravi Shankar, Vishwa Mohan Bhatt é um dos músicos indianos mais reconhecidos no mundo. Compositor e improvisador de excelência, criou o seu próprio instrumento, a “Mohan Veena”, um cruzamento de vários instrumentos de cordas indianos com a slide guitar norte-americana.
Venceu o Grammy para Melhor Disco de World Music em 1994, com o CD “A Meeting by the River”, em parceria com Ry Cooder.
Encontra-se nomeado para o prémio de melhor colaboração intercultural nos prémios Songlines 2011 pelo seu disco "Sleepless Nights on World Village", com Matt Malley.
Originário, como Vishwa, do Rajastão, o maior e mais desértico estado da Índia, o quinteto cigano The Divana Ensemble inscreve-se na tradição das antigas castas de músicos dos rajás. É composto por Anwar Khan Manganiar (voz), Prithviraj Suresh Mishra (tablas), Gazi Khan Barna (kartâl - percussão), Feiruz Khan Manghaniyar (dholak - percussão) e Ghewar Khan Manghaniyar (kamanchiya – instrumento de arco).
Sobre Mamer
Nascido e criado na província de Xinjiang, busca inspiração na cultura dos pastores nómadas de etnia cazaque que vivem naquela região do noroeste da China.
O seu álbum de estreia, “Eagle”, editado em 2009 pela Real World, combina elementos tradicionais, folk e rock.
As canções do seu repertório, provenientes no folclore local e originais de Mamer, são cantadas com uma voz grave inconfundível e acompanhadas de forma virtuosa na guitarra, no “dombra” (alaúde dos povos cazaques da Ásia Central) e noutros instrumentos tradicionais.
Sobre Ayarkhaan
O trio feminino Ayarkhaan recupera a tradição musical da Iacútia (ou Sakha), república asiática da Federação Russa.
Formado em 2002, é composto por Albina Degtyareva, Yuliana Krivoshapkina e Olga Podluzhnaya, cantoras e intérpretes de “khomus”, um tipo de berimbau metálico tocado com a boca, instrumento nacional usado pelos xamãs nos seus rituais.
Utilizam o estilo de canto gutural "d'ieretii", semelhante ao utilizado por coros búlgaros e russos.
Proveniente de uma das mais desoladas e espectaculares paisagens do mundo, entre a estepe e o Árctico, a música de Ayarkhaan inspira-se nos poderes da natureza, figurando, nalguns momentos, o som do vento, dos cavalos, dos pássaros e outros sons naturais.
Sobre Shunsuke Kimura x Etsuro Ono
Formado em 2008, o duo é constituído por Shunsuke Kimura (que além de Tsugaru Shamisen, toca flauta “fue” e percussões) e Etsuro Ono (Tsugaru Shamisen e percussão).
Shunsuke Kimura nasceu em 1969 e é um dos mais aclamados compositores e intérpretes de instrumentos tradicionais japoneses. Etsuro Ono, nascido em 1972, estudou “Tsugaru Shamisen” na prefeitura de Aomori, no norte da ilha de Honshu, o coração deste género musical, e tem desenvolvido um trabalho consistente com diversas companhias de teatro.
Premiados pela qualidade da sua inovação na música tradicional, Kimura e Ono levam o Tsugaru Shamisen a extremos de dinamismo e improvisação, em concertos em que a energia libertada transcende em muito os recursos aparentes do instrumento acústico.
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