A relação dos Florence and the Machine com Portugal já é longa e, a cada concerto, é fortalecida - a banda britânica estreou-se em solo nacional em 2010, com um espetáculo na Aula Magna, em Lisboa. Quase 15 anos depois do primeiro concerto, a base de fãs cresceu (e muito) e Florence Welch retribuiu (mais uma vez) todo o carinho que recebe.

Recentemente, a artista cancelou vários concertos - Open Air, na Suíça, e Rock en Seine, em França - devido a um problema de saúde. Os portugueses ficaram assustados com as notícias, mas o final foi feliz: há uma semana, a cantora confirmou que o concerto desta sexta-feira, dia 1 de setembro, no MEO Kalorama, se mantinha de pé.

Meo Kalorama: Florence and the Machine

"Peço desculpa por ter cancelado os últimos concertos. (...) Os meus pés estão bem [referência a outro problema de saúde que motivou o adiamento de uma digressão no Reino Unido], tive uma cirurgia de urgência devido a motivos que ainda não me sinto confortável a revelar, mas que me salvou a vida", contou Florence Welch em comunicado.

À hora marcada, soaram os primeiros acordes de “Heaven Is Here” no Parque da Bela Vista, em Lisboa. Vestida com um longo vestido preto, a britânica foi recebida em clima de euforia total pela multidão - a artista e a sua banda também não fazem a coisa por menos , entregando-se desde o primeiro segundo.

"King", “Ship to Wreck" e "Free" abriram a noite carimbada por aplausos e uma histeria coletiva. O desfile de canções continuou com "Hunger", "Dream Girl Evil" e "Prayer Factory", com as doses de sorrisos e lágrimas a multiplicarem-se a cada verso.

"Estava a sentir-me frágil mas depois de chegar aqui senti-me curada. Senti que queria ter alguém a segurar-me a mão ao longo de todo este concerto e tenho uma amiga, que já atuou neste festival, que disse que vinha cantar esta música comigo e me dava a mão", disse a cantora antes de chamar a palco Ethel Cain para “Morning Elvis”. Horas antes, as duas tinham-se cruzado no palco San Miguel, na atuação da norte-americana que editou no ano passado o elogiado álbum de estreia "Preacher's Daughter".

Meo Kalorama: Florence and the Machine

Depois do momento de partilha com a amiga, chegou um dos primeiros momentos mais celebrados da noite: ao som de “You Got the Love”, a banda e festivaleiros cantaram sem pensar no amanhã.

"Choreomania" e "Kiss With a Fist" continuaram a embalar a multidão, que se preparava para o grande ritual que marca dos espetáculos dos Florence and the Machine: em “Dog Days Are Over”, a britânica pediu aos fãs para guardarem os smartphones e viverem o momento.

“Olhem em volta e digam às pessoas com quem vieram que as adoram e que têm saudades delas", pediu a artista e os espectadores não hesitaram. Os saltos foram tão intensos que a poeira levantou (literalmente) e a cantora chegou a comentar, em tom de brincadeira, a grande nuvem de pó. A emoção continuou com níveis elevados com "Cosmic Love", "My Love" (com praticamente todo o público a dançar) e "Restraint".

“Só mais uma”, pediu a multidão e os britânicos não ignoraram o pedido. Para o final, trouxeram “Never Let Me Go”, canção que estava fora dos alinhamentos há vários anos, referiu Florence. "Não sabia o que era estar triste. Agora guarda-a com carinho”, confessou.

"Estava frágil, cheguei aqui e pensei: sinto-me abraçada, estou segura. (...) Uma coisa que aprendi em todos estes anos é que o público é o verdadeiro espetáculo e vocês deram um espetáculo incrível", frisou, deixando no ar a vontade de regressar a Portugal em breve.

Para o adeus final, mais um momento de saltos, gritos e emoção com "Shake It Out" e "Rabbit Heart (Raise It Up)".

No MEO Kalorama, os Florence and the Machine carimbaram, para já, o concerto mais celebrado desta edição. Quem se segue, terá uma missão difícil.