A idade parece não pesar ao Festival de Paredes de Coura, que aos 30 anos surge com uma “cara” sempre jovem, seja pela aposta prioritária nas bandas emergentes, seja pelo público que se renova a cada edição.
A edição 2023 arrancou na quarta-feira e decorre até sábado, sendo esperadas, segundo o diretor, João Carvalho, entre 20 a 25 mil pessoas por dia.
Além do cartaz, ou mesmo independentemente do cartaz, os festivaleiros apontam o local onde decorre o festival, a praia fluvial do Taboão, como o fator que mais pesou na sua opção pelo “Paredes”.
“Este é o melhor palco de Portugal, é lindíssimo”, afirmou Cláudio, que conjuntamente com três amigos descansava na relva da praia a carregar baterias para os concertos.
Do grupo de Cláudio, composto ainda por Rafael, Luís e Roberto, houve quem confessasse que nem sequer sabia quais as bandas do cartaz.
Curtir, estar com a malta, comer uns churrascos, aproveitar a praia e conviver eram as prioridades do grupo.
Quanto à música, essa, “logo se vê”.
Também Matilde Ferreira admitia que foi ao festival “mais pelo ambiente, pelo espírito de comunidade, pela paisagem”.
No entanto, tem debaixo de olho nomes como Sudan Archives, Jessie Ware ou Little Simz.
João Carvalho diz que, aos 30 anos, o festival “tem renovado o público”, já que aposta sempre “na novidade”.
“Este é um festival de tendências, apostamos sempre na novidade, o público vem à descoberta. Mas não temos só bandas emergentes, também vêm bandas consolidadas”, frisa o diretor.
Sublinha que o festival “está bom e recomenda-se” e é hoje “uma história de sucesso”.
“É um festival do interior respeitado internacionalmente”, sublinha.
Para João Carvalho, “o Paredes é uma casa para muita gente”, oferecendo “todas as condições” para estadia com conforto, seja pelo anfiteatro, seja pela praia ou pelo campismo.
O festival de Paredes de Coura nasceu em 1993, pela mão de um grupo de jovens, de que fazia parte o atual presidente da câmara local, Vítor Paulo Pereira, que quis “dar um abanão na quietude” da vila.
No entanto, admite o autarca, o festival nasceu sobretudo “à boleia” da requalificação da praia fluvial do Taboão.
No final das obras, disse, "aquilo ficou mesmo a pedir uma festa ou um festival”, de “tão bonito e aprazível que ficou”.
Vítor Pereira tocava numa banda, houve contactos com outras bandas com quem tinham relações e numa semana estava fechado o cartaz da primeira edição.
“Hoje, o festival é uma marca muito importante para afirmação do território. É uma empresa, uma fábrica, dinamiza a economia, gera riqueza, cria sentimento de orgulho e identidade”, sublinha o presidente da Câmara.
A exemplo dos anos anteriores, Vítor Paulo Pereira lá estará na praia do Taboão, para não perder pitada do festival, sobretudo o concerto dos Wilco, de quem é fã.
O cartaz deste ano inclui Jessie Ware, Little Simz e Fever Ray.
Há ainda nomes como a banda pós-punk londrina Dry Cleaning, a cantora e guitarrista Snail Mail, o músico Loulé Carner, os The Walkmen e Black Midi, os Wilco e os Explosions in The Sky.
No total, há cerca de 50 bandas e artistas que atuarão espalhados por três palcos.
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