“É como um espaço de encontro muito aberto e amigável para fãs de música eletrónica. Uma atmosfera mágica que junta as pessoas para um fim de semana mágico, quase uma espécie de Disneylândia para adultos”, descreve, em declarações à agência Lusa, a porta-voz e responsável pela comunicação do Tomorrowland, Debby Wilmsen.

É na cidade belga de Boom, com menos de 20 mil habitantes, que todos os anos desde 2005 se juntam fãs da música eletrónica para ver alguns dos DJ mais conhecidos do mundo, num festival que começou por contar com uma audiência de dez mil pessoas para, hoje em dia, ter 400 mil participantes distribuídos por dois fins de semana (de hoje a domingo e de 26 a 28 de julho).

Prometendo “muitas novidades especiais” para esta edição que assinala os 20 anos de festival sob o mote da “Vida”, Debby Wilmsen revela que um total de 800 artistas irá atuar nos 16 palcos ali montados, num complexo que é do tamanho de 63 campos de futebol e requereu 52 dias de montagem. Ao todo, ali trabalham diariamente 15 mil pessoas.

Entre os principais artistas da edição deste ano estão os conhecidos DJ Alesso, Armin van Buuren, David Guetta, Dimitri Vegas & Like Mike, Hardwell, Sebastian Ingrosso, Swedish House Mafia e Tiësto, assim como o português Kura (que atua a 27 de julho).

Foi a partir de 2011 que, de acordo com a porta-voz, o festival se tornou mais conhecido ao nível mundial, ano em que juntou 180 mil pessoas, com ações como o lançamento de um filme e a aposta nas redes sociais (como o YouTube).

Mas se o número de participantes foi subindo, desde o início manteve-se “a necessidade de contar histórias que ganham vida”, destaca Debby Wilmsen à Lusa, realçando a curadoria a cargo da equipa criativa.

O palco principal, a imagem de marca do festival, tem 17 metros de altura e 30 metros de largura, numa decoração que é insuflável e composta por centenas de diferentes luzes (incluindo 40 fontes de fogo de artifício).

De acordo com a porta-voz, “o ADN do festival continua a ser o mesmo” desde que dois irmãos belgas (que continuam a fazer parte do Conselho de Administração nesta empresa 100% flamenga) decidiram criar o evento por a Bélgica já ser conhecida por festivais, mas ainda assim não ter de música eletrónica.

“O que gostamos mesmo de fazer é trazer as pessoas para um mundo diferente, onde possam ser elas próprias, desfrutar da música e também sentir-se como de férias”, adianta.

Ao todo, os participantes no Tomorrowland vêm de mais de 200 países. Entre os principais estão australianos, americanos, espanhóis, mexicanos e alemães, além de belgas.

Em termos de impacto económico, Debby Wilmsen ilustra que o Tomorrowland “enche cerca de 40 hotéis em Bruxelas, Antuérpia e Mechelen”, número que diz apenas respeito aos passes globais vendidos (que incluem o bilhete e alojamento) e não inclui outros participantes e os artistas e as suas equipas.

Em 2020 e 2021, anos da pandemia de COVID-19, a empresa que gere o Tomorrowland registou perdas acumuladas de 13,6 milhões de euros, mas em 2022 terminou o ano com um lucro de 18,6 milhões de euros e um volume de negócios de 164 milhões de euros, segundo os dados financeiros mais recentes. Hoje em dia, este volume de negócios deve ascender a 250 milhões.

Ainda em relação a 2022, a estimativa é que o Tomorrowland tenha representado um aumento da produção ou da atividade económica flamenga em 320 milhões de euros, o que representa o emprego de 2.138 empregos a tempo inteiro.