“Nem considero isto um trabalho, são coisas que acontecem ao longo do tempo”, disse Rodrigo Cardoso, que explicou que o novo desafio surgiu do encontro com a banda Torto, de Jorge Coelho (com quem já tinha trabalhado), sem a qual a Boom Chicka Boom não teria aparecido, tendo já lançado três registos (um disco de quatro canções de Torto, um poster em conjunto com a Lovers & Lollypops e um álbum de Os Príncipes).
Entre 2000 e 2010, Rodrigo Cardoso manteve a Bor Land como uma editora que o escritor Valter Hugo Mãe descreveu como um “valor inestimável para a cena musical portuguesa”, lançando nomes como Old Jerusalem, Lobster ou Norberto Lobo.
“Não teria, nos dias de hoje, energia ou vontade para fazer algo como a Bor Land”, desabafou o também músico.
Acabando de lançar “Reinaldo”, do projeto Os Príncipes, de Maria Mónica e Jorge Queijo, Rodrigo Cardoso lamenta que hoje se tenha perdido “o sentido de risco”, ou seja, “ninguém arrisca nos concertos de bandas novas”, referindo-se quer aos públicos quer às próprias salas.
Em parte por isso, a edição do disco de Torto foi de 300 exemplares, enquanto a de Os Príncipes foi de 250. “Daqui a seis meses isto não vai estar na loja porque já esgotou”, frisou Rodrigo Cardoso, lembrando que “se correr tão bem, tão bem fazem-se mais”.
O também colaborador do projeto Sonoscopia lembra que, aquando do lançamento de Old Jerusalem, há cerca de 15 anos, foi possível agendar “30 datas no primeiro disco”, enquanto agora, quando o país tem “300 auditórios”, só foi possível marcar oito datas para Os Príncipes.
Assim, Os Príncipes vão estar a 5 de dezembro na Casazul, em Barcelos, no dia seguinte no Cineteatro Constantino Nery, em Matosinhos, no dia 20 do mesmo mês no Centro Cultural de Paredes de Coura e, já em janeiro, em Coimbra e no Porto.
@Lusa
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