A lista dos nomeados, divulgada na quarta-feira, inclui a Clean Feed na categoria de editora do ano, candidata ao lado da Blue Note, ECM, Pi e Sunnyside. Todos os anos aquela associação norte-americana elege músicos, álbuns e editoras na área do jazz que se tenham destacado na edição discográfica.

Só a nomeação faz da Clean Feed uma das cinco melhores editoras de jazz do mundo, mas a melhor das melhores só será conhecida a 11 de Junho numa cerimónia em Nova Iorque. Os vencedores serão escolhidos pelos membros da associação de jornalistas.

A Clean Feed, com sede em Lisboa mas presença geográfica em todo o mundo, completou dez anos em março e soma mais de 200 álbuns editados, numa aventura que teve na Internet um pilar fundamental.

«Nunca pensámos chegar onde estamos hoje, pensávamos editar dois a três discos por ano», recordou à agência Lusa Pedro Costa, um dos fundadores da Clean Feed, no dia do aniversário.

A editora foi inaugurada com a edição de «The Implicate Order at Seixal», uma gravação feita no festival de jazz do Seixal com uma colaboração ao vivo entre músicos portugueses e norte-americanos. Nesse ano de 2001 editaram apenas três discos, um número irrisório comparado com os 48 editados em 2010.

Além do investimento pessoal dos fundadores da Clean Feed, a Internet foi outro dos elementos fundamentais para o desenvolvimento da editora. Permitiu-lhes chegar à China, à Indonésia, ao Japão, aos Estados Unidos, países de onde chegam pedidos de compra dos discos que editam.

Bernardo Sassetti, Gerry Hemingway, Ray Anderson, Carlos Barreto, Ken Vadermark, Steve Lehman, Rodrigo Amado e Will Holshouser são alguns dos músicos que já editaram pela Clean Feed. Nos últimos anos, a editora tem programado no estrangeiro séries de concertos em torno dos artistas que edita.

Este ano estará 15 dias em Julho em Nova Iorque no Stone, o clube de John Zorn, e planeia acções semelhantes em São Francisco e Filadélfia, também nos Estados Unidos, Berlim, Colónia, Oslo e Estocolmo.

A festa dos dez anos tem acontecido em vários momentos, com concertos e ações na loja da editora, a Trem Azul, no Chiado, e prossegue no Sábado com uma atuação do músico Elliot Sharp e do guitarrista Filipe Felizardo, e uma exposição de António Júlio Duarte.

SAPO/Lusa