“Este é um projeto que assenta na raiz tradicional da música portuguesa, mas navega também simultaneamente em universos musicais contemporâneos”, destacou Miguel Calhaz.
Em declarações à agência Lusa, o cantautor e contrabaixista natural da Sertã explicou que o seu segundo álbum a solo, intitulado ”Contra: Contemporânea Tradição”, tem presente antigas heranças musicais do folclore português.
“Estas heranças ousam depois entrelaçar-se com polirritmias, oriundas de práticas musicais mais patentes no jazz e na música improvisada”, acrescentou.
De acordo com o professor de música, trata-se de um disco “bastante ‘sui generis’ e fora do comum”.
“O papel do contrabaixo é muito importante, porque as características do contrabaixo permitem que o instrumento produza um largo manancial de timbres. A isto junta-se o recurso tímbrico da voz, que alarga ainda mais o espetro de possibilidades”, descreveu.
Gravado no grande auditório do Conservatório de Música de Coimbra em 2022 e editado pela JACC Records, este álbum propõe temas tradicionais portugueses, maioritariamente da Beira Baixa, embora também com a presença de Trás-os-Montes, num total de dez faixas.
“Aqui podemos encontrar a Cantiga da Ceifa, o São João, a Cantiga das Casadas, a Virgem da Consolação, mas também o Bento Airoso”, referiu, acrescentando que todos arranjos são da sua autoria.
A primeira apresentação do álbum terá lugar em Pedrógão Pequeno, onde reside, no dia 31 de março, seguindo-se novo espetáculo a 11 de abril, no Convento São Francisco, em Coimbra.
O álbum será ainda apresentado nos dias 15 de abril na Associação José Afonso, em Setúbal, e 22 de abril em Almada.
À Lusa, Miguel Calhaz revelou também que já está a trabalhar no seu terceiro álbum a solo, também ele nesta abordagem de cantar e tocar contrabaixo ao mesmo tempo.
“’Contra Cantos’ será constituído só por músicas da Revolução, de Zeca Afonso, Sérgio Godinho, Adriano ou Fausto. Deverá sair em finais de 2023, inícios de 2024”, concluiu.
Para além de ser professor no Conservatório de Música de Coimbra, onde dá aulas no Curso Profissional de Jazz, Miguel Calhaz leciona também no âmbito da Orquestra Geração, um projeto de cariz social, que proporciona o ensino de música a crianças desfavorecidas.
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