André Gomes é o responsável por essas escolhas e explicou à Lusa a sua aposta no feminino: “São três mulheres que têm uma voz própria em cada uma das suas áreas, com linguagens muito fortes, e entusiasmam-nos tanto que não conseguimos resistir a anunciar desde já uma parte dos concertos de setembro e outubro”.

Melissa Aldana atuará a 29 de setembro como solista da Orquestra de Jazz de Espinho, sob a direção de Paulo Perfeito e Eduardo Cardinho.

O mesmo responsável atribui à saxofonista nascida em Santiago do Chile e radicada nos Estados Unidos “profusão tímbrica, apuro técnico e eloquência”, o que lhe mereceu o prestigiado prémio Thelonious Monk após um primeiro álbum logo aos 21 anos. O seu disco mais recente é "12 Stars", editado pela Blue Note Records, e em Espinho vai tocar obras com “arranjos concebidos especialmente para que a sua singularidade poética sobressaia”.

Quanto a Lakecia Benjamin, que subirá ao palco a 7 de outubro, André Gomes explica que a americana conta já com quatro álbuns e que o último desses é “Phoenix”, que, sendo produzido por Terri Lyne Carrington, que já ganhou vários Grammy, denuncia uma nova “evolução musical” na carreira da saxofonista e faz adivinhar a sua “ascensão estratosférica no mundo do jazz”.

Já em português, a 14 de outubro a sala de Espinho recebe Cátia Oliveira, que, conhecida como A Garota Não, propõe “uma viagem social e política pela atualidade, por quem luta com o coração e dá corpo, alma e voz a um projeto absolutamente único”.

O último trabalho da cantautora é "2 de abril", apontado pela crítica especializada como “um dos melhores álbuns nacionais do ano”, e, se por um lado evoca “vontade, comoção, repulsa, cansaço, angústia” e outros sentimentos inspirados pelo bairro homónimo de Setúbal onde a artista cresceu, por outro lado também expressa emoções facilmente reconhecíveis noutras paragens, pelo que os seus novos temas serão interpretados com um ensemble da Escola Profissional de Música de Espinho, mediante “arranjos escritos especialmente para o efeito”.