Em conferência de imprensa para apresentar a programação do FIGST, que vai decorrer entre 16 e 20 de outubro, em Santo Tirso, no distrito do Porto, sob o tema “Matéria-prima”, Óscar Flecha, um dos três comissários do evento, destacou o concerto final do festival, resultado do desafio feito ao ator André Gago e ao músico João Diogo Leitão para realizarem uma nova criação, assente na ligação entre as palavras ditas e os acordes da guitarra.

O concerto do premiado guitarrista peruano Jorge Caballero, que venceu o Concurso Internacional de Naumburg, é outro dos destaques elencados por Óscar Flecha.

"É difícil fazer uma escolha, pois são todos muito interessantes, mas acho que seria uma boa oportunidade ver o caso do guitarrista Jorge Caballero, que tem uma carreira impressionante” e que vai tocar uma sonata original para piano transposta para guitarra, declarou à Lusa Óscar Flecha.

O festival internacional vai apresentar no palco da Fábrica de Santo Thyrso um total de sete concertos, sendo cinco deles à noite.

Óscar Flecha destaca também o espetáculo do quarteto alemão Cologne Guitar, acompanhado por Maria Portal Larish, uma soprano belga com raízes portuguesas, que vai fazer uma homenagem ao compositor Franz Schubert.

O concerto de Tachuri, da Turquia, é outro destaque nesta 27.ª edição do Festival Internacional de Guitarra de Santo Tirso, que celebra o 30.º aniversário em 2024.

O festival de guitarra abre no dia 16 de outubro com um espetáculo da Orquestra Portuguesa de Guitarras e Bandolins e, no dia seguinte, 17 de outubro, está agendado o “concerto de proximidade”, com In.Dia, um dueto com o português Diogo Passos.

Um “concerto de proximidade” do músico português Rui Fernandes, que traz viola amarantina, está também anunciado na programação, acrescentou Óscar Flecha.

Paralelamente aos concertos, o certame vai ter ‘masterclasses’, teatro, conversas, media arte, uma residência artística e uma exposição de protótipos de guitarra, que ficará patente até dia 20 de outubro na Fábrica de Santo Thyrso.

Uma das ‘masterclasses’, segundo Óscar Flecha, será dedicada à construção de uma guitarra, permitindo trabalhar com especialistas na área da construção dos instrumentos.

As oficinas são outra das atividades previstas, como por exemplo a oficina denominada “Do lixo se faz música”.

“Todo o evento foi construído como uma unidade”, concluiu Óscar Flecha.

Para o presidente da Câmara de Santo Tirso, Alberto Costa, a edição deste ano tem um significado acrescido, porque se celebram os 50 anos de Abril.

“Com efeito a data marca a conquista da liberdade em Portugal", que trouxe também "uma revolução na cultura de Santo Tirso".

"Esta história de três décadas [do festival] muitos milhares de pessoas vieram a Santo Tirso, e o festival [...] tem o objetivo de conquistar novos públicos”, declarou.

O autarca acredita que a cidade pode ser “a meca da guitarra” e anunciou hoje a intenção de “ter uma grande sala de espetáculos em Santo Tirso, colmatando, dessa forma, uma carência que está identificada, permitindo aumentar as condições para a atividade cultural”.

Questionado pela Lusa para quando seria lançada a primeira pedra da “grande sala de espetáculos”, o presidente da Câmara estima que ainda em 2025 haja projeto para o edifício.

Na última edição, o festival internacional recebeu cerca de mil pessoas.

Para este ano de 2024, o festival conta com um orçamento na ordem dos 100 mil euros, envolvendo artistas e meios técnicos.