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Os integrantes das bandas de rock atuais parecem "uns homens do lixo" e a única estrela contemporânea a sério é Lady Gaga, afirmaram os elementos dos KISS, que, durante uma entrevista concedida à AFP, em Los Angeles, também defenderam o grupo russo Pussy Riot. "Há muitas bandas que têm algo. Mas falta o estrelato, a habilidade de subir ao palco e reinar, ser maior que a vida", explicou Gene Simmons, o baixista dos KISS. O grupo também explicou a decisão de gravar o próximo disco, "Monster", com equipamentos analógicos e defendeu as ativistas da banda de punk russa Pussy Riot, condenadas a dois anos de prisão por protestar contra o presidente russo, Vladimir Putin. "Não há estrelas, não existe um Elvis (Presley) ou sequer um Prince. Falta presença de palco, todos parecem homens do lixo. Vestem-se pior do que o público que vai assistir aos seus concertos", completou Simmons, de 62 anos. "Não há orgulho", lamentou. Os quatro músicos dos KISS, famosos pelo visual assustador e maquilhagem preta e branca, conversaram com a imprensa antes do lançamento do livro gigante "KISS Monster Book", no lendário The Viper Room de Hollywood. O bar foi o cenário da morte do ator River Phoenix, por overdose, em 1993. Sem maquilhagem na entrevista, os autores de clássicos do rock como "Rock and Roll All Night" e "I Was Made For Lovin' You" concordaram que a única estrela atual é Lady Gaga, conhecida pelo estilo excêntrico. "A única estrela do rock agora é Lady Gaga", sentenciou Simmons. O guitarrista Tommy Thayer, de 51 anos, completou: "Ela, sim, é uma estrela". Os outros concordaram com a cabeça. "Há boas bandas, sou fã dos Foo Fighters, mas quero uma estrela", insistiu Simmons. Paul Stanley, vocalista do KISS, foi ainda mais longe na crítica. "Os músicos que aparecem como garçons não percebem que há mais coisas. Quando uma grande banda está no palco, precisa de dar tudo". "Por isto existimos há 40 anos, porque as pessoas sabem que quando nos assistem, o investimento vai valer a pena, serão entretidas. Temos orgulho de ser animadores e somos uma tremenda banda de rock", completou Stanley, de 60 anos. Stanley e Simmons são os dois membros da formação original do grupo. Os outros dois, Thayer e Eric Singer, entraram mais tarde, depois dos problemas de convivência que provocaram uma ruptura no fim dos anos 70. Questionado sobre se a falta de estrelas é um sintoma da ausência de megaespetáculos, Simmons apresentou a sua explicação. "Não, não é sobre o espetáculo. Elvis podía subir ao palco sem nada. É o carisma, a imagem, a mística". O músico também falou sobre a polêmica das Pussy Riot, que apresentaram uma "oração punk" numa catedral contra o presidente russo Vladimir Putin. "São raparigas muito bonitas. Não são uma boa banda, mas têm o direito de fazer o que querem". "É muito mau que políticos entrem no caminho de bandas de rock", completou Simmons. "Um país forte nunca deveria ter medo da liberdade. E com a liberdade vem a independência. Muitos países ainda tentam esmagar isto", disse Stanley. O megalivro lançado pelos KISS, pensado como um objeto de colecionador, percorre os 40 anos da banda e inclui 127 fotografias, algumas inéditas. Apenas 1.000 exemplares serão vendidos, todos assinados pelos quatro integrantes. Os músicos também afirmaram que o próximo álbum do KISS foi gravado com equipamentos analógicos porque acreditam na "beleza da imperfeição". "Monster", 20º álbum de estúdio, deverá ser lançado em outubro. @SAPO/AFP<
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