O novo filme do italiano Luca Guadagnino (“Chama-me pelo teu Nome”) deu a Tilda Swinton uma nova oportunidade de surgir irreconhecível no cinema. E não é apenas na personagem pela qual surge creditada, a Madame Blanc.

Quando, em maio de 2017, a revista “People” publicou uma imagem do set de rodagem do filme afirmando que a personagem do Dr. Klemperer, um psicanalista alemão de 82 anos, era a própria Swinton, o realizador veio desmentir dizendo que se tratava de um intérprete alemão, um tal Lutz Ebersdorf, que era também psicanalista e se estreava no cinema, e que eram apenas “fake news”.

O mistério em redor do novo ator prosseguiu com um perfil criado no site IMDB e ainda durante a própria estreia no Festival de Veneza, na qual Swinton leu uma carta que teria sido escrita pelo próprio, em que dizia: "Eu sou uma pessoa privada que pretende permanecer privada…”.

Agora em entrevista ao “New York Times”, a atriz confirmou que foi tudo uma partida e que a personagem do Dr. Klemperer era de facto interpretada por ela, “por uma questão de pura diversão acima de tudo”.

Swinton, que teve de se sujeitar a quatro horas diárias de caracterização (que incluía a colocação de genitais falsos), revelou que foi ela própria a criar o perfil do ator no IMDB e assumiu que “o meu sonho era nem sequer ter de responder a esta questão. A minha ideia original era que Lutz morria durante a montagem, e o seu In Memoriam estaria nos créditos finais do filme”.

Tilda Swinton em Suspiria
Tilda Swinton como Dr. Klemperer em "Suspiria"

O cineasta sublinhou, contudo, que ser uma mulher a interpretar aquele papel era essencial porque o filme é sobre a identidade feminina.

“Suspiria” é o “remake” do filme de terror do mesmo título estreado em 1977 e é co-protagonizado por Dakota Johnson, Chloe Grace Moretz e Mia Goth. A estreia portuguesa está agendada para 22 de novembro.