Quentin Tarantino mostrou-se desiludido com os filmes atuais que saem de Hollywood durante um recente episódio do Video Archives, o podcast que apresenta com Roger Avary, o seu amigo de muitos anos e co-argumentista de "Pulp Fiction".

Os dois grandes cinéfilos falavam sobre "Star 80", um filme de Bob Fosse de 1983, quando Tarantino desabafou: "Embora os anos 1980 tenham sido a altura em que provavelmente vi mais filmes na minha vida - pelo menos no que diz respeito em ir às salas -, sinto que o cinema dos anos 80 é, juntamente com o dos anos 50, a pior era na história de Hollywood. Igualada apenas por agora, igualada apenas pela era atual".

A opinião não é uma surpresa, pois o realizador ainda recentemente disse que os seus colegas na indústria "mal podem esperar pelo dia" em que os filmes de super-heróis deixem de estar na moda e descreveu quem os faz como "mão de obra contratada".

Embora não o tenha indicado, a melhor era de Hollywood provavelmente será a dos anos 1970, de onde vieram oito dos 12 filmes que colocou na lista dos melhores de sempre que enviou à revista Sight & Sound em 2012.

Sobre os anos mais recentes, noutro episódio do podcast, Tarantino deixou elogios a filmes mais recentes, principalmente "Top Gun: Maverick", com Tom Cruise.

“Normalmente, não falo muito sobre filmes novos porque sou forçado a dizer só coisas boas. Achei que era fantástico. Vi-o no cinema. (…) Como diz o nosso bom amigo comum [o escritor] Brett Easton Ellis, esse e o 'West Side Story' do [Steven] Spielberg são ambos um verdadeiro espetáculo cinematográfico, do tipo que quase achei que não ia voltar mais a ver. Foi fantástico”, revelou em maio.

Tarantino sempre foi um fã de Tony Scott, o realizador do primeiro "Top Gun" (1986) e que levou ao grande ecrã um dos seus primeiros argumentos, “True Romance - Amor à Queima-Roupa” (1993).

Na sua opinião, “há este lado adorável porque adoro tanto o cinema do Tony Scott, e adoro tanto o Tony que [o “Top Gun: Maverick”] é o mais próximo que alguma vez vamos chegar de ver mais um filme do Tony Scott”.

E acrescentou: o realizador Joseph Kosinski “fez um excelente trabalho. O respeito e o amor pelo Tony estavam em cada fotograma. Estavam quase em todas as decisões. Estavam mesmo lá conscientemente, mas de uma maneira muito “cool” que também era bastante respeitosa. E também acho que estavam em cada decisão que o Tom tomou no filme”.