A cerimónia de entrega dos Óscares a 27 de março no Dolby Theatre vai integrar as mensagens pré-gravadas dos vencedores em oito das 23 categorias, numa tentativa de tornar o evento mais dinâmico, informaram os organizadores esta terça-feira.

A decisão foi tomada "para priorizar os telespectadores" e dará mais tempo para as apresentações musicais, quadros de comédia e homenagens, explicou o presidente da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, David Rubin, num e-mail dirigido a membros e nomeados.

As audiências da maior cerimónia de Hollywood caíram drasticamente nos últimos anos. A edição de 2021 foi vista por 10 milhões de pessoas nos EUA, uma queda de 56% em relação ao ano anterior, que já havia registado a pior audiência.

Óscares: veja aqui a lista completa de vencedores
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Oito prémios “serão apresentados inicialmente no Dolby Theatre uma hora antes do início da transmissão ao vivo”, e os destaques editados serão “encaixados perfeitamente no programa”, diz o e-mail, ao qual a France-Presse (AFP) teve acesso.

"Cada cineasta e artista de cada categoria continuará a ter o 'momento Óscar' de celebração merecido no palco do Dolby".

"Para o público de casa, o fluxo do espetáculo não muda, embora ele se vá tornar mais dinâmico com este novo ritmo", assinalou Rubin, que acrescenta que assim a cerimónia deve terminar ao fim de três horas – "sim, com a categoria de Melhor Filme" (uma reação "oficial" à má aposta do ano passado de fechar com Melhor Ator).

As oito categorias são Montagem, Banda Sonora, Direção Artística, Caracterização, Som, Documentário de Curta-Metragem, Caracterização, Curta-Metragem em Imagem Real e Curta-Metragem de Animação.

Um membro da Academia, que pediu para não ter o nome divulgado, disse à AFP que “decisões difíceis e mudanças difíceis de aceitar são necessárias e têm que ser executadas", acrescentando que os membros “compreendem a comunicação” de Rubin.

"Considerando o declínio recente da audiência televisiva, o espetáculo tem que evoluir com foco no futuro da cerimónia, bem como da Academia", salientou.

Não é a primeira vez que a Academia e os produtores da cerimónia com o canal ABC tentam "cortar" categorias da cerimónia.

Em agosto de 2018, a Academia anunciou que quatro ficariam de fora para que a cerimónia não passasse as três horas de duração, mas sem indicar quais eram as afetadas.

A decisão foi então criticada por representar uma desvalorização de alguns prémios, mas as atenções estavam dominadas por uma polémica maior, a do anúncio de uma nova categoria para o "Filme Mais Popular", que seria retirada um mês depois.

Em fevereiro de 2019, foi anunciado que Fotografia, Montagem, Caracterização e Curta-metragem em imagem real ficariam de fora, mas com um modelo do agora anunciado: seriam entregues durante os intervalos.

Também por e-mail, o então presidente da Academia John Bailey realçava que a organização continuaria a homenagear os trabalhos de todos os 24 prémios e os discursos dos vencedores seriam transmitidos em diferido ainda durante a cerimónia e em direto por streaming no site Oscar.com e nas redes sociais da Academia.

As categorias regressariam à cerimónia em direto de 2020, onde outras quatro a seis passariam para os intervalos.

Apesar de ter sido garantido que apenas seria cortado da cerimónia o tempo que os vencedores demoram a chegar ao palco, Hollywood foi "sacudida" de alto a baixo por críticas de centenas de atores, realizadores e outros profissionais, sindicatos da indústria, comentadores e fãs, principalmente pela exclusão das categorias de Fotografia e Montagem.

Ao fim de cinco dias e a apenas nove da cerimónia que viria a dar o Óscar de Melhor Filme a "Green Book", a Academia recuou e reintegrou as quatro categorias na cerimónia em direto.

A 94.ª cerimónia dos Óscares decorrerá a 27 de março, em Los Angeles, Califórnia.

O filme "O Poder do Cão", da realizadora neozelandesa Jane Campion, lidera as nomeações dos Óscares, em 12 categorias, seguindo-se "Duna", de Denis Villeneuve, com dez nomeações.

O designer luso-canadiano Luís Sequeira está nomeado para Melhor Guarda-Roupa pelo filme "Nightmare Alley – Beco das Almas Perdidas", do realizador mexicano Guillermo del Toro.

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