A atriz Sally Kellerman morreu na quinta-feira após vários anos de luta contra a demência, confirmou o seu filho à revista The Hollywood Reporter. Tinha 84 anos.

Para a história do cinema fica a sua interpretação da rígida Major Margaret 'Hot Lips' Houlihan na lendária comédia anti-guerra "M*A*S*H", de Robert Altman (1970). Como Atriz Secundária, foi a única nomeada para os Óscares num elenco onde se destacavam nomes como Donald Sutherland, Elliott Gould, Tom Skerritt ou Robert Duvall.

Outros trabalhos marcantes foram a popular comédia "Regresso à Escola" (1986), ao lado de Rodney Dangerfield; e "Where No Man Has Gone Before", o terceiro episódio da série "Star Trek" no anos 1960.

"M*A*S*H"

Natural de Long Beach, na Califórnia (2 de junho de 1937), Sally Kellerman coincidiu na Los Angeles City College com colegas como Jack Nicholson, Shirley Knight, Dean Stockwell e Robert Blake, desistiu de um contrato como cantora com a Verve Records aos 19 anos e foi aceite no final dos anos 1950 no Actors Studio para estudar representação.

Passou a década de 1960 a trabalhar como atriz convidada em séries de televisão e ainda no filme "O Estrangulador de Boston", com Tony Curtis e Henry Fonda George Kennedy (1968), antes da revelação com "M*A*S*H".

Seguiram-se filmes como "Amores Clandestinos", ao lado de Alan Arkin (1972), "Slither", com James Caan (1973), "Benvindo a L.A.", com Harvey Keitel e Sissy Spacek (1976), ou "Um Pequeno Romance", com Laurence Olivier e Diane Lane (1979), "Os Alegres Aventureiros", com Tony Curtis, ou "Gatonas", com Jodie Foster (1980), e, mais adiante, em "A Vida É Assim", de Blake Edwards, ao lado de com Jack Lemmon e Julie Andrews (1986).

Continuou a trabalhar com regularidade nas décadas seguintes, principalmente em comédias.

Houve ainda mais filmes com Robert Altman: "Brewster McCloud" (1970), "O Jogador" (1992) e "Prêt-à-Porter" (1994), embora tenha recordado na sua autobiografia "Read My Lips: Stories of a Hollywood Life" que por teimosia e arrogância dos dois ficou de fora de outro trabalho, o seminal "Nashville" (1975).