O norte-americano que roubou um par de sapatos usados por Judy Garland no clássico "O Feiticeiro de Oz" evitou ir para a prisão, durante a audiência desta segunda-feira, dia 29 de janeiro.

Terry Martin, de 76 e que se declarou culpado em outubro do ano passado, foi condenado a uma pena de prisão já cumprida e a um ano de liberdade condicional pelo roubo de 2005, visto que que apenas lhe restam seis meses de vida, adianta o jornal "The New York Times".

Martin, que tentava mudar de vida de vida depois de cumprir pena de prisão por um roubo anterior, cedeu à pressão de "um antigo sócio da máfia" para roubar os sapatos. Segundo os seus advogados, o norte-americano acreditou que os calçados eram cravejados de rubis, que esperava vender. Aparentemente, ele tinha visto o filme, de 1939.

Os famosos sapatos de lantejoulas cor rubi brilhante desapareceram misteriosamente em 2005 do Museu Judy Garland, na cidade de Grand Rapids, em Minnesota, onde a atriz nasceu. Aquele é que um dos quatro pares usados durante a rodagem do famoso filme de 1939 reapareceu em 2018, graças ao FBI.

Com o passar dos anos, a recompensa oferecida para quem encontrasse os sapatos foi crescendo, até o ponto em que um mecenas propôs um milhão de dólares. Os procuradores do estado avaliam hoje o par em 3,5 milhões de dólares (pouco mais 3,24 milhões de euros, à cotação do dia).

Dois elementos principais explicam o estatuto de quase relíquia destes sapatos: a veneração dos americanos por Judy Garland, lendária atriz e cantora que saltou para a fama mundial aos 17 anos e morreu de forma trágica aos 47; e a importância de "O Feiticeiro de Oz" no imaginário coletivo dos EUA, particularmente para as gerações das décadas de 1940 e 1950.

No filme musical adaptado do romance infantil homónimo, Dorothy, a jovem heroína, bate três vezes com os calcanhares dos seus sapatos para realizar o seu sonho mais querido: voltar para casa no Kansas.