“Vemos o jogo como uma sequela direta de "Salteadores da Arca Perdida", o primeiro grande sucesso da saga (1981), disse Jerk Gustafsson, realizador do jogo, num lançamento para a imprensa em agosto.

Desenvolvido ao longo de quase quatro anos pelo estúdio sueco MachineGames, de propriedade da Microsoft, “Indiana Jones and the Great Circle” permite que o jogador encarne o aventureiro na primeira pessoa, “descubra o mundo através dos olhos dele” e “explore tumbas escuras enquanto evita armadilhas mortais”, afirmou Gustafsson.

Alternando quebra-cabeças, perseguições e cenas de combate, o jogo acompanha as aventuras do arqueólogo em 1937, do Vaticano à China e ao Egito, em busca de um misterioso poder secreto cobiçado por espiões nazis.

“É definitivamente o jogo mais ambicioso que já fizemos”, disse o responsável, cujo estúdio desenvolveu os episódios recentes da série ‘Wolfenstein’.

"O estilo de Spielberg"

Embora os cineastas americanos Steven Spielberg e George Lucas, criadores de Indiana Jones, não estivessem diretamente envolvidos no projeto, a MachineGames teve acesso a arquivos inéditos da produção dos primeiros filmes graças a uma colaboração com a Lucasfilm Games, a divisão de jogos da Lucasfilm, que pertence à Disney desde 2012.

“Começámos do zero com base nessas fotos para tornar a semelhança o mais fiel possível”, disse Axel Torvenius, diretor de criação do jogo, à AFP.

Essa ajuda “inestimável” tornou possível recriar com bastante precisão o rosto de um Harrison Ford de 30 e poucos anos, a quem dá voz o ator Troy Baker, a voz de Joel no jogo de sucesso “The Last of Us”.

As restantes personagens foram feitas em 3D a partir de atores reais, um procedimento clássico na criação de jogos modernos.

Os criadores também procuraram “imitar o estilo de Spielberg” na encenação das saga cinematográfica (não relacionadas com o jogo), reproduzindo a sequência de abertura de “Salteadores da Arca Perdida” quase cena por cena.

O resultado é impressionante, embora tenham sido encontrados alguns bugs gráficos e pequenos problemas de desempenho no jogo.

“Pressão imensa”

“A pressão tem sido imensa”, reconheceu Axel Torvenius, ciente de que alguns fãs da série podem ser muito exigentes quando se trata de jogar com um dos personagens da sua infância. “Não temos o direito de falhar”, acrescentou Jens Andersson, responsável pelo design do jogo.

Este icónico herói da cultura pop já teve mais de uma dúzia de adaptações de videojogos em quase 40 anos, algumas delas muito populares, como os jogos de aventura para PC do início da década de 1990.

“Sou um grande fã desses jogos”, confessou Jens Andersson, mas "eles eram um produto do seu tempo e tivemos que fazer algo novo".

Inicialmente planeado apenas para Xbox Series e PC, “Indiana Jones and the Great Circle” finalmente chegará no início do próximo ano à PlayStation 5, graças a uma mudança de política na divisão de jogos da Microsoft em relação a jogos exclusivos.

O jogo também terá que superar o relativo fracasso cinematográfico de “Indiana Jones e o Marcador do Destino” (2023), que, apesar de ter arrecadado cerca de 384 milhões de dólares em todo o mundo, gerou quase metade do que o seu antecessor, “Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal” (2008).