A caminho dos
Óscares 2019
Hollywood recordou as vítimas dos incêndios na Califórnia durante a creimónia dos Óscares honorários no domingo à noite.
Como sinal de respeito pelas vítimas dos incêndios que afetam a Califórnia há 10 dias - que já deixaram ao menos 77 mortos no norte do estado e três na zona de Malibu, perto de Hollywood - os organizadores pediram aos fotógrafos para não registarem imagens das estrelas que chegavam ao Dolby Theatre para a 10° cerimónia do Governors Awards.
Em troca, puderam filmar e tirar fotografias perto da passadeira vermelha.
VEJA AS IMAGENS DA PASSADEIRA VERMELHA.
Nos seus comentários de abertura, o presidente da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, John Bailey, prestou homenagem às vítimas do pior incêndio já registado naquele estado.
"Muitos milhares dos nossos compatriotas estão sem casa", disse Bailey, que também se referiu aos quase mil desaparecidos.
"Parte da nossa própria história também se perdeu no fogo, em Paramount Ranch", acrescentou, em referência ao local onde se filmavam "westerns" e onde a HBO gravava "Westworld", que foi destruído pelas chamas.
Em relação aos prémios honorários, foi homenageado o compositor argentino Lalo Schifrin, conhecido pelo tema de "Missão: Impossível"
Com 86 anos, compôs bandas sonoras para mais de 100 filmes, incluindo "Bullitt" e "Dirty Harry", assim como o tema da série "Missão Impossível", selo musical da saga de filmes que a seguiram.
Schifrin recebeu o Óscar das mãos de Clint Eastwood, que atuou em "Dirty Harry", após um diálogo um tanto surrealista entre os octogenários.
"Pode falar em castelhano. Colocaremos legendas", disse Eastwood.
"A música é uma linguagem universal que não precisa de legendas", respondeu Schifrin.
Questionado sobre o sucesso imediato do tema "Missão Impossível", que compôs em poucos minutos, o músico argentino explicou que "a música para filmes é como escrever uma carta. A música para televisão é como um telegrama...".
Honrar uma "rainha
Óscar honorário também estava reservado para Cicely Tyson, um ícone de duas gerações de atrizes negras.
Com 93 anos, iniciou a sua carreira como modelo antes de entrar para a representação, sendo nomeada para os Óscares pelo seu papel em "Esperança", de 1972.
Também atuou em filmes como "Mulheres do Sul" e "As Serviçais".
"Para nós, afro-americanos, é uma rainha", disse o ator e produtor Tyler Perry.
"Teve que trabalhar 10 vezes mais para que lhe pagassem 100 vezes menos" por ser uma mulher negra, recordou.
Outros prémios
Hollywood também premiou o relações públicas Marvin Levy, o primeiro a receber um Oscar honorário.
Levy trabalhou por muito tempo com Steven Spielberg e liderou as campanhas publicitárias de filmes como "Kramer vs. Kramer", "Encontros Imediatos do Terceiro Grau" e "A Lista de Schindler".
Já os produtores Kathleen Kennedy e Frank Marshall, que são casados, receberam o prémio Irving G. Thalberg, que recebeu o seu nome em homenagem ao lendário executivo dos estúdios cinematográficos nos anos 1930.
Spielberg disse que o casal é "inseparável, os seus eternos amigos".
Kennedy, encarregado dos últimos filmes de "Star Wars" na Disney, é a primeira mulher a receber o Thalberg, que a Academia havia entregue pela última vez em 2009 a Francis Ford Coppola.
Os Oscar honorários são entregues anualmente para "honrar uma distinção extraordinária na trajetória, contribuições excepcionais às ciências e artes cinematográficas, ou por um destacado serviço à Academia".
O Governors Awards foi criado como um evento separado em 2009 para dar mais espaço aos premiados e aliviar a agenda da cerimónia principal de entrega dos Óscares.
Apesar de não ser transmitido pela televisão, conta com a presença de muitas estrelas de Hollywood: com tantos votantes nos Óscares presentes, os estúdios perceberam que é uma excelente oportunidade para fazer promover filmes, atores e realizadores que, dentro de alguns meses, podem estar na corrida aos prémios.
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