O festival de cinema Curtas de Vila do Conde, no distrito do Porto, assinala este ano a sua 30.ª edição, que será celebrada com uma iniciativa inédita, levando a programação a 30 locais diferentes do concelho.

O certame, que se realiza entre 9 e 17 de julho, e que teve um número recorde de 5.168 filmes inscritos, pretende aproximar-se, ainda mais, da comunidade local, levando o cinema a “sítios inesperados”, não só na cidade, como também nas freguesias.

“Queríamos fazer algo diferente e não olhar apenas para os filmes que marcaram estes 30 anos do festival. Surgiu esta iniciativa de levar o programa a 30 locais diferentes, alguns menos convencionais e inesperados para a apresentação de cinema, como o mercado de Caxinas, conduzindo os cinéfilos à descoberta de novos espaços”, disse Miguel Dias, um dos responsáveis pelo certame.

O também cofundador do Curtas lembrou a evolução do certame ao longo destas três décadas, mostrando regozijo pela afirmação do festival, a nível nacional e internacional, como plataforma de lançamento e consagração de muitos talentos no cinema.

“Começámos a fazer isto muito novos, numa experiência quase amadora, com apenas uma máquina de escrever e um fax, mas tentando sempre evoluir, tendo como ponto de partida o que já tinha sido feito, com adaptações e crescimento, mas sem roturas com o passado”, recordou Miguel Dias.

O diretor do Curtas lembrou os momentos “particularmente difíceis e de incerteza” nos últimos dois anos, marcados pelas condicionantes da pandemia da covid-19, mas realçou que nem aí o festival foi interrompido.

Agora, ultrapassados esses tempos, o Curtas regressa no seu formato completo, já sem as sessões online e com as salas com a capacidade máxima, para uma programação diversificada, com destaque para as vertentes da competição, onde se inscreveram 5.168 filmes, oriundos de 123 países.

Na competição internacional, que representa mais de 70% das obras inscritas, o destaque deste ano vai para os novos filmes dos realizadores Radu Jude, Antonin Peretjatko, Hlynur Pálmason, Yann Gonzalez e Tsai Ming-liang, alguns deles com presença garantida em Vila do Conde.

"Ice Merchants"

Na competição nacional do Curtas merece nota especial as estreias nacionais de “Aos Dezasseis”, de Carlos Lobo, “Ice Merchants” de João Gonzalez, “Garrano”, de David Doutel e Vasco Sá, e “Skola di Tarafe”, de Sónia Vaz Borges e Filipa César.

Também em estreia nacional, naquela que é a primeira passagem do filme em festivais, estará “See You Later Space Island”, de Alice dos Reis, enquanto em estreia absoluta vão ser exibidos “O Casaco Rosa”, de Mónica Santos, “O Teu Peso em Ouro”, de Sandro Aguilar, “Pê”, de Margarida Vila-Nova, “Saturno”, de Luís Costa e André Guiomar, ou “Heitor sem Nome”, de Vasco Saltão.

Fora dos programas competitivos, destaque ainda para as estreias nacionais das longas-metragens “Fogo Fátuo”, de João Pedro Rodrigues, “O Joelho de Ahed”, de Nadav Lapid, e “Saudade do Futuro”, de Anna Azevedo, com os três realizadores a marcarem presença em Vila do Conde para apresentarem as sessões e conversarem com o público.

"Fogo Fátuo"

Mantendo a estratégia dos últimos anos para cativar o público infanto-juvenil, e mais dedicado para as famílias, surgem as secções My Generation e Curtinhas, esta com uma novidade, ao incluir uma sala de cinema itinerante, o Cinema Insuflável, que irá percorrer algumas freguesias do concelho de Vila do Conde, com várias exibições diárias.

Destaque ainda na secção criativa Stereo, que junta a música ao cinema, para a exibição de “Agora e Para Sempre”, documentário sobre a história e percurso da banda portuguesa Da Weasel.

Ainda nas interligações com outras formas de arte, e além de uma série de concertos, esta edição do Curtas propõe uma viagem à obra de Marie Losier, uma criadora francesa de imagens dedicada ao cinema analógico na era digital, que cria projetos artísticos em diálogo com outros criadores.

Na secção New Voices, o festival convidou duas figuras emergentes do cinema europeu: a francesa Céline Devaux e o espanhol Chema García Ibarra.

O festival de Curta de Vila do Conde, que se realiza entre 09 e 17 de julho, e tem o apoio principal da Câmara Municipal de Vila do Conde e Instituto do Cinema e do Audiovisual, estabeleceu em quatro euros o preço para cada sessão.

Está, ainda, disponível um passe total, no valor de 30 euros, para quem o adquirir antes de 30 de junho.

O festival terá como polos centrais o Teatro Municipal de Vila do Conde, a Solar - Galeria de Arte Cinemática e o Auditório Municipal de Vila do Conde.

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