O estúdio de cinema e televisão Participant vai fechar, avançou a Variety.

A notícia provocou choque: criada em 2004 para inspirar justiça social e ação humanitária, foi uma produtora pioneira que trabalhou de forma próxima com organizações sem fins lucrativos e grupos ativistas pare concretizar projetos relacionados com o meio ambiente, os direitos humanos ou a corrupção institucional.

Entre os trabalhos co-produzidos ou co-financiados pela Participant estão os vencedores dos Óscares "O Caso Spotlight" e "Green Book" (Melhor Filme), "Uma Mulher Fantástica" e "Roma" (Filme Internacional) e "Uma Verdade Inconveniente", "The Cove", "Citizenfour" e "Uma Fábrica Americana" (Documentário).

O legado de 135 filmes e cinco séries, com 21 Óscares em 86 nomeações, e 18 nomeações para os Emmy, inclui por exemplo "Murderball – Espírito de Combate", "Boa Noite, e Boa Sorte", "Syriana", "O Menino de Cabul", "À Espera do 'Super-Homem", "As Serviçais", "Contágio", "Lincoln”, "Não", "Neruda", "Um Ano Muito Violento", "A Ponte dos Espiões", "Beasts of No Nation", "Wonder - Encantador", "The Post", "RBG", "Tudo Pela Justiça", "Dark Waters - O Preço da Verdade", "Judas e o Messias Negro", "Flee - A Fuga" e as sagas "Comida, Inc." e "O Exótico Hotel Marigold", além da minissérie "When They See Us".

A maioria dos quase 100 funcionários perderá o emprego, ficando uma empresa mais pequena para gerir as produções ainda em andamento e principalmente o catálogo dos títulos.

Na mensagem que lhes endereçou na terça-feira, o multimilionário e Jeff Skoll nota que 'a indústria do entretenimento tem visto mudanças revolucionárias na forma como o conteúdo é criado, distribuído e consumido' desde que fundou o estúdio há 20 anos, uma sugestão de que a sua 'decisão muito difícil' foi tomada por ser cada vez mais difícil os filmes de nicho terem visibilidade no atual mercado com o modelo de negócio das plataformas de streaming e os estúdios tradicionais a fazerem menos filmes para um público adulto.