Esta terça-feira (28), os donos das salas de cinema defenderam o futuro do seu negócio após ser anunciado que o filme de animação "Trolls: Tour Mundial", lançado nas plataformas digitais, rendeu cerca de 100 milhões de dólares nos primeiros 19 dias em video-on-demand.
A sequela do filme de 2016 foi lançada pela Universal Pictures nos sistemas de streaming e plataformas como a Apple TV, por 19,99 dólares, após o cancelamento da sua exibição nos cinemas por causa da COVID-19 (noutros países, incluindo Portugal, está prevista a estreia nos cinemas no final do verão).
Logo após o lançamento no fim de semana da Páscoa, a Universal afirmou que "Trolls: Tour Mundial" tinha registado um recorde impressionante, sem apresentar números.
Mas esta terça-feira (29), o Wall Street Journal informou que arrecadara 95 milhões com quase cinco milhões de clientes domésticos em três semanas, citando "uma pessoa familiarizada com o tema".
De acordo com o relatório, "o seu desempenho convenceu os executivos da Universal de que as estreias digitais podem ser uma estratégia vencedora e podem diminuir o papel dos cinemas, mesmo após a pandemia".
"Assim que os cinemas reabrirem, esperamos lançar filmes nos dois formatos", dizia ao jornal o CEO da NBCUniversal, Jeff Shell.
O filme "excedeu as nossas expectativas e demonstrou a viabilidade" do streaming, acrescentava.
Os donos de cinemas rapidamente reagiram para relativizar o fenómeno, insistindo que o número não representava "o novo normal", mas o resultado de centenas de milhões de pessoas presas em casa.
"Trolls: Tour Mundial" é um dos muitos filmes com os quais os grandes estúdios cortam ou saltam completamente a chamada "janela teatral", com cerca de 90 dias, que se aplica principalmente a títulos voltados para as famílias e de grande orçamento.
A Warner Bros lança "Scooby!" diretamente nas plataformas no próximo mês, enquanto a Disney passou "Artemis Fowl" na sua plataforma Disney +, e "Lovebirds" da Paramount irá diretamente para a Netflix, um movimento também sem precedentes.
A maioria dos cinemas nos Estados Unidos não tem planos de reabrir até o verão, com exceção dos estados da Geórgia (sul), que autorizou a retoma da atividade a partir de segunda-feira, e do Texas, que o fará a curto prazo, permitindo a ocupação a 25%.
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