Foi preciso esperar quatro anos por "Dune", mas Denis Villeneuve fez sete filmes entre 2009 e 2017: "Polytechnique" (2009), "Incendies - A Mulher que Canta" (2010), "Raptadas" (2013), "O Homem Duplicado" (2013), "Sicário - Infiltrado" (2015), "O Primeiro Encontro" (2016) e... "Blade Runner 2049" (2017).

E o realizador canadiano está aliviado e surpreendido por ainda ter uma carreira após a experiência de "Blade Runner 2049", não só porque foi um grande fracasso comercial, principalmente nos EUA, mas ainda pelo "sacrilégio" de se tratar da sequela de uma obra-prima, "Blade Runner", de Ridley Scott (1982).

"Para mim o milagre de 'Blade Runner 2049' é o seguinte: ainda estou a fazer filmes e ainda está a falar comigo", disse o cineasta no podcast da MTV’s “Happy Sad Confused”.

"Eu sabia que, quando fiz este filme, namorava com o desastre. Coloquei-me num enorme perigo artístico. Isso foi caminhar, como me disse uma vez o Christopher Nolan... caminhar em território sagrado. É verdade. Foi um sacrilégio o que fiz. Disseram-me: ‘Não faças isso’. Só o facto de que ainda estar aqui a fazer filmes, para mim... pelo menos, não fui banido da comunidade cinematográfica", reconheceu.

De regresso às grandes produções e orçamentos com "Dune", o realizador canadiano separou as experiências.

"Foram duas pressões diferentes com 'Blade Runner e 'Dune'. Com 'Blade Runner', tive que respeitar a obra-prima de Ridley Scott. Foi mais um ato de amor. Aqui é totalmente diferente. Estou a lidar com a pressão dos sonhos que tive quando era adolescente. Era um grande sonhador. Sonhava grande quando era mais jovem. Esse adolescente em mim é totalitário e tive que agradar a esses sonhos. Esse foi o maior desafio", concluiu.

"Dune" chega aos cinemas portugueses a 21 de outubro.

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