"The Dependents", uma coprodução cinematográfica entre o Canadá e a Argentina, foi distinguida como Melhor Projeto em Fase de Montagem, dos Prémios Arché, atribuídos no contexto do DocLisboa, anunciou hoje este festival.
"Damas", de Cláudia Alves, e "As Lágrimas da Noite ou o Fim da Inocência", de Miguel Morais Cabral, são os projetos portugueses contemplados pelos prémios.
O Arché é um laboratório para o desenvolvimento e reflexão de novos projetos cinematográficos, em fase de escrita e desenvolvimento ou em fase de montagem, aberto a realizadores e produtores de países iberoamericanos e de Itália, organizado pela Associação pelo Documentário (Apordoc), que promove o DocLisboa - Festival Internacional de Cinema documental.
Este ano decorreu durante o primeiro módulo do DocLisboa, de 22 de outubro a 1 de novembro.
"The Dependents" aborda situações de migração entre o Canadá e a Argentina, e teve o Prémio RTP (25 mil euros, para longas-metragens, e 15 mil euros, para 'curtas'), que envolve a compra dos direitos televisivos para Portugal e países africanos de língua oficial portuguesa.
"As Lágrimas da Noite ou o Fim da Inocência", de Miguel Moraes Cabral, uma produção da Primeira Idade, teve o prémio da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (Nova/FCSH), no valor de mil euros, para Melhor Projeto Arché. O filme fala de "um miúdo como os outros", durante o dia, que à noite chora, com consequências inesperadas.
"Damas"/"Gentlewoman", projeto de Cláudia Alves, recorda mulheres da alta sociedade portuguesa que, durante a Grande Guerra de 1914-18, se voluntariaram como enfermeiras do Corpo Expedicionário Português, em cenários de conflito, em França.
Este filme venceu o Prémio Selina, de Melhor Projeto em Fase de Escrita ou Desenvolvimento, que se traduz numa residência artística de 15 a 30 dias, através do Artist Nomad Passport.
O Prémio McFly, Prémio Especial do Júri Arché para um Projeto em Fase de Montagem ou Primeiro Corte, foi para "Todo Documento de Civilización", da argentina Tatiana Mazú.
O filme recorda o caso de Luciano Arruga, o adolescente que desapareceu em Buenos Aires, em fevereiro de 2009, depois de intercetado pela polícia. O seu cadáver foi encontrado seis anos mais tarde, na vala comum de um cemitério.
"Todo Documento de Civilización" propõe a "dissecação da paisagem onde se perdeu o rasto definitivo de Luciano Arruga".
Foram ainda atribuídas menções honrosas a "Terra Incógnita", produção neerlandesa de María Molina Peiró, e a "Tristán", de Martina Matzkin e Gabriela Uassouf, da Argentina.
Este ano, o Nebulae, espaço de 'networking' no Doclisboa, também se associou à plataforma digital para projetos em desenvolvimento Pitch the Doc, e atribuiu uma menção especial a "Smiling Georgia", de Luka Beradze, no contexto do programa “País Convidado” do festival, a Geórgia. O prémio traduzir-se-á em consultorias especializadas.
A seleção dos prémios Arché, que este ano decorreu 'online', acolheu 15 projetos, em diferentes fases de desenvolvimento, de Portugal, Espanha, Países Baixos, México, Bolívia, Canadá, Cuba, Argentina, Brasil e Peru.
Os realizadores destes projetos trabalharam com um tutor, num "espaço de visibilidade e 'networking'”, envolvendo uma sessão de apresentação e encontros individuais com produtores, distribuidores, programadores, entre outros agentes.
O Arché conta com o apoio do Programa Ibermedia, e destina-se a profissionais de cinema, na área de não-ficção.
O anúncio dos projetos escolhidos ocorreu no termo do primeiro módulo da 18.ª edição do DocLisboa, que este ano contará com 206 filmes, 31 dos quais em estreia mundial, repartidos por uma programação mensal, em módulos, com sessões em sala e 'online'.
O segundo módulo do DocLisboa vai decorrer de 5 a 11 de novembro.
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