A Netflix desistiu de fazer a comédia romântica "Paris Paramount" após um desacordo sobre as verbas com a realizadora Nancy Meyers.

Em desenvolvimento desde abril de 2022, só foram conhecidos na semana passada os detalhes concretos do projeto: faltava fechar os contratos com Scarlett Johansson, Penélope Cruz, Michael Fassbender e Owen Wilson porque o orçamento do filme ainda estava a ser negociado.

Segundo a imprensa especializada, as duas partes mostraram-se irredutíveis: a Netflix não queria ultrapassar um orçamento de 130 milhões de dólares e a realizadora queria pelo menos 150, o que faria de "Paris Paramount" a comédia romântica mais cara de sempre.

Dos 150 milhões, 80 seriam para "custos acima da linha" ou seja, para os principais talentos envolvidos (em Hollywood, também circula a piada que as famosas casas e cozinhas que se veem nos filmes de Nancy Meyers não ficam baratas). Na terça-feira, a plataforma comunicou que desistia.

Com rodagem prevista para começar em Los Angeles em maio, resta saber se mais algum estúdio ou plataforma pega no projeto agora cancelado: os valores envolvidos são difíceis de rentabilizar nas bilheteiras e o género praticamente desapareceu dos cinemas após o fracasso de "Tens a Certeza?", um filme de James L. Brooks que custou 120 milhões lançado em 2010 com Reese Witherspoon, Paul Rudd, Jack Nicholson e precisamente Owen Wilson.

Mas o que se passou foi resumido por um agente de topo em Hollywood ao The Wrap [acesso pago]: a reputação da realizadora para "problemas de orçamento" não encaixa nas realidades atuais nem da Netflix nem da própria indústria.

"Paris Paramount" seria o regresso da rainha das comédias românticas em Hollywood, que não faz filmes desde "O Estagiário" (2015).

Como argumentista e/ou realizadora, Nancy Meyers está ligada a títulos como "Loucuras de Uma Recruta" (1980), "Uma Mulher dos Diabos" (1986), "Quem Chamou a Cegonha" (1987), a nova versão de "O Pai da Noiva" (1991) e da sequela (1995), "Pai para Mim... Mãe para Ti..." (1998), "O Que As Mulheres Querem" (2000), "Pai para Mim... Mãe para Ti..." (1998), "Alguém Tem que Ceder" (2003), "O Amor não Tira Férias" (2006), "Amar... é Complicado!" (2009) e "O Estagiário" (2015), o seu último trabalho.

A história de "Paris Paramount" anda à volta de Hollywood: uma talentosa jovem argumentista e realizadora apaixona-se por um produtor, formando uma dupla que faz vários filmes de sucessos até acabar a relação profissional e pessoal. Mas um grande projeto não só vai voltar a juntá-los como obrigá-los a lidar com as suas voláteis estrelas e tudo o que está em jogo.

Esta descrição revela alguns paralelos com a própria vida de Meyers e da relação pessoal e profissional com o realizador Charles Shyer, com quem colaborou em vários filmes.