A China reabriu alguns cinemas esta segunda-feira (20), com bilhetes vendidos apenas online, a distância entre os lugares ocupados e a proibição de pipocas, apesar da epidemia da COVID-19 parecer estar controlada no seu território.
Os 70 mil cinemas foram fechados no final de janeiro para impedir a propagação da pandemia. Em maio, as autoridades anunciaram brevemente a reabertura, antes de recuar após uma série de contaminações em Pequim.
No complexo da SFC em Xangai, a equipa limpou minuciosamente os lugares e os óculos 3D com panos embebidos em desinfetante antes da primeira sessão.
O diretor da sala, Bao Yaopei, garantia ter recebido inúmeros apelos de clientes impacientes para poder "sentir novamente a felicidade que os filmes trazem".
Lu Yonghao, um dos primeiros espectadores a voltar, não escondeu o seu entusiasmo.
"Não vejo um filme no cinema há mais de seis meses", explicou à agência AFP o jovem de 25 anos, que não hesitou em "tirar um dia de folga" para ir ao cinema, que esteve em grande parte vazio.
"Preciso assistir a pelo menos um filme por semana para aliviar a pressão da vida quotidiana", esclareceu.
Por razões sanitárias, apenas 30% dos bilhetes disponíveis podem ser vendidos em cada sessão.
Em várias salas, os espectadores devem ainda deixar dois lugares de distância entre eles. Além disso, é proibido comer ou beber durante as projeções.
Os cinemas, que sofreram um duro golpe este ano, são os últimos setores autorizados a reiniciar as atividades, graças a uma clara melhoria nas condições sanitárias na China.
Mas o regresso à atividade será lento, alertou o diretor de cinema Fang Li.
"Embora os filmes voltem a ser exibidos graças à reabertura dos cinemas, deixaremos de arrecadar cerca de 50%" em relação ao nível que existia antes da pandemia, estimou, prevendo que o regresso à normalidade pode demorar até dez anos.
A Wanda, maior exibidora de cinemas na China, anunciou 1,5 mil milhões de yuans (cerca de 217 milhões de dólares) em perdas neste setor no primeiro semestre.
Prova de quão difícil é controlar totalmente a epidemia foi o anúncio da China de um novo surto em Xinjiang, a grande região do noroeste do país onde vive a minoria muçulmana uigur.
A China, o primeiro país a ser afetado pelo vírus no final de 2019, conseguiu conter consideravelmente os contágios e, nas últimas semanas, apenas um pequeno número de novos casos é diariamente registado.
Ao contrário de Xangai, por enquanto os cinemas de Pequim vão continuar fechados, apesar de a capital ter baixado o nível de alerta esta segunda-feira, um mês após a ocorrência de um surto.
A medida de alerta reduzida autoriza parques, museus, bibliotecas e instalações desportivas a operar com 50% da sua capacidade normal.
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