A partir de quarta-feira, a exibidora Medeia Filmes, do produtor Paulo Branco, vai deixar de explorar diariamente o cinema Monumental, mantendo apenas exibição regular aos fins de semana até que o edifício onde se localizam os cinemas feche para remodelação.

Em dezembro passado, Paulo Branco justificou a decisão dizendo que "havia condições de exceção para explorar o espaço, mas não era viável continuar".

A programação de março, anunciada na segunda-feira, ocupará apenas uma das salas do Monumental, o cine-teatro, de maior dimensão. "Cada projeção será um acontecimento", lê-se na nota de imprensa.

Entre os filmes selecionados para março estão várias antestreias, como "Chuva é cantoria na aldeia dos mortos", de João Salaviza e Renée Messora, a exibir no dia 10 com a presença de ambos, "A pereira brava", do realizador turco Nuri Bilge Ceylan no dia 16, e "Dumbo", o mais recente filme do norte-americano Tim Burton, no dia 24.

A propósito do premiado "Chuva é cantoria na aldeia dos mortos", o Monumental recordará três curtas de Salaviza: "Arena", "Rafa" e "Altas cidades de ossadas".

Destaque ainda para a recuperação de dois filmes do grego Yorgos Lanthimos, agora que está em cartaz "A favorita": "Canino", de 2009, e "Lagosta", de 2015.

Está prevista ainda a exibição, no dia 9 o filme "Fado maior e menor" (1994), de Raoul Ruiz e produzido por Paulo Branco.

A 24 de março, o músico Salvador Sobral estará no Monumental para apresentar uma escolha: "Paris Texas", de 1984, que valeu a Wim Wenders a Palma de Ouro em Cannes.

Premiado nos últimos meses e candidato aos Óscares, "Roma", de Alfonso Cuarón, manter-se-á em cartaz com sessões ao longo dos fins de semana de março.

O cinema do realizador japonês Hirokazu Kore-eda e do dinamarquês Lars Von Trier também será convocado.

As quatro salas do cinema Monumental existem num edifício de comércio e escritórios que foi inaugurado em 1993 no mesmo espaço onde antes funcionou o antigo, e icónico na cidade, Cine-Teatro Monumental.

A intenção dos proprietários do edifício é manter a atividade cinematográfica depois de remodelar o edifício.

Fonte dos proprietários, a empresa MP Properties, explicou em dezembro à Lusa que o edifício vai ser remodelado – no interior e na fachada -, com as obras a iniciarem-se no segundo semestre deste ano, com a duração de um ano, num investimento de 20 milhões de euros.

O objetivo dos proprietários é manter a valência de cinema no edifício e “encontrar um operador interessado em explorar".