
A Áustria venceu este sábado o 69.º Festival Eurovisão da Canção, que decorreu em Basileia, na Suíça, com o tema “Wasted Love”, interpretada por JJ, numa edição em que Portugal conseguiu o 21.º lugar.
Na final da Eurovisão 2025, o sistema de votação combinou 50% de votos do público e 50% de votos de júris profissionais de cada país participante. Cada júri nacional atribuiu pontos de 1 a 8, 10 e 12 às suas canções favoritas, excluindo a do próprio país. Simultaneamente, o público votou através de telefone, SMS, da aplicação oficial ou da plataforma online.
Em Portugal, os espectadores atribuíram a pontuação máxima a Israel, representado pela cantora Yuval Raphael, com o tema "New Day Will Rise". Já os 10 pontos do televoto nacional foram entregues a Ucrânia e Itália recebeu os 8 pontos.
Já o júri de Portugal entregou os seus 12 pontos à canção italiana. Os 10 pontos foram para a Suíça e os 8 pontos pontos para a Ucrânia.
TELEVOTO DE PORTUGAL:
- 12 pontos - Israel
- 10 pontos - Ucrânia
- 8 pontos - Itália
- 7 pontos - Áustria
- 6 pontos - Espanha
- 5 pontos - França
- 4 pontos - Suécia
- 3 pontos - Países Baixos
- 2 pontos - Albânia
- 1 ponto - Estónia
Este ano, Portugal, que esteve representado pelos Napa, com a canção “Deslocado”, ficou em 21.º lugar, com 50 pontos (37 dos júris internacionais e 13 do voto do público).
Esta foi a 3.ª vez que Portugal ficou em 21.º lugar. A primeira foi em 1995, ano em que foi representado por Tó Cruz, com o tema “Baunilha ou chocolate”, e a segunda em 1999, com Rui Bandeira e “Como tudo começou”.
No sábado, Portugal recebeu pontos do Azerbaijão (seis), dos Países Baixos (sete), da Eslovénia (um), de São Marino (seis), da Ucrânia (quatro), da República Checa (quatro), da Albânia (um), da Lituânia (seis) e da Suíça (dois).
O ‘top 3’ da 69.ª edição do Festival Eurovisão da Canção fica completo com Israel, representada Yuval Raphael, com o tema “New day Will rise”, que conseguiu 357 pontos (60 dos júris e 297 do público), e a Estónia, representada por Tommy Cash, com “Espresso Macchiato), com 356 pontos (98 dos júris e 258 do público).
No início da atuação da representante israelita foram audíveis na emissão televisiva vaias e assobios dentro da St. Jakobshalle.
Além disso, vídeos partilhados nas redes sociais captados dentro da arena mostram que na altura da atuação elementos do público agitaram bandeiras da Palestina.
Yuval Raphael é uma das sobreviventes do ataque do grupo extremista islamita Hamas em solo israelita, em 07 outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, e após o qual teve início a atual ofensiva militar israelita.
Israel recebeu pontos do Azerbaijão (12), Países Baixos (cinco), Luxemburgo (um), Ucrânia (dois), França (sete), Dinamarca (três), Croácia (seis), Irlanda (sete), Grécia (um), Finlândia (dois), Alemanha (três), Albânia (cinco) e Geórgia (um).
Esta edição da Eurovisão ficou marcada pelo conflito israelo-palestiniano, à semelhança do que aconteceu em 2024.
Manifestantes pró-Palestina e a polícia entraram em confronto no sábado em Basileia, durante uma manifestação que juntou várias centenas de pessoas contra a participação de Israel no concurso.
Na quarta-feira, cerca de 200 manifestantes fizeram uma marcha silenciosa pelas ruas de Basileia.
No dia seguinte, durante a tarde, horas antes da segunda semifinal, durante o ensaio oficial, seis pessoas foram expulsas da St. Jakobshalle por interromperem, com vaias e assobios, a atuação da representante israelita.
A presença de Israel no concurso foi contestada por artistas que já participaram no concurso e por alguns países, nomeadamente Espanha e Finlândia.
Mais de 70 cantores, compositores, músicos, bailarinos e membros de coro de vários países, entre os quais os portugueses Salvador Sobral, António Calvário, Fernando Tordo, Lena D’Água e Paulo de Carvalho, apelaram à União Europeia de Radiodifusão (UER), que organiza o concurso, para que excluísse a participação de Israel.
Na Finlândia foram lançadas petições no final de março, pedindo à televisão pública finlandesa Yle que pressionasse a UER para excluir Israel da edição de 2025, por causa da guerra em Gaza.
Depois, a televisão pública espanhola, RTVE, pediu a “abertura de um debate” sobre a participação da KAN no festival da Eurovisão, numa carta dirigida à UER.
Entretanto, na quinta-feira, durante a segunda semifinal, antes da atuação da representante israelita, os comentadores Tony Aguilar e Julia Varela recordaram que a RTVE pediu formalmente à organização do festival para que se abrisse um debate sobre a continuidade de Israel no concurso.
No sábado, a UER advertiu a RTVE de que seria multada caso na transmissão da final se repetissem os comentários sobre os mortos resultantes da ofensiva israelita em Gaza.
Depois disso, o presidente da emissora pública espanhola RTVE pediu “paz e justiça para a Palestina”, referindo que “o silêncio não é uma opção”, numa publicação na sua conta oficial na rede social X, antigo Twitter.
A publicação incluo um vídeo com uma mensagem em inglês e espanhol, sobre um fundo preto: “perante os direitos humanos, o silêncio não é uma opção. Paz e justiça para a Palestina".
A mesma mensagem foi também publicada no sábado na conta oficial da RTVE na rede social X, momentos antes do início da final do concurso, que teve início às 20:00 de Lisboa na St. Jakobshalle, em Basileia, e com transmissão em direto para países de todo o mundo.
As autoridades de Gaza elevaram no sábado para quase 53.300 o número de mortos resultante da ofensiva militar israelita contra o enclave, desde o seu início, após os ataques levados a cabo a 07 de outubro de 2023 pelo Hamas e outros grupos palestinianos, que causaram cerca de 1.200 mortos e perto de 250 raptados, segundo o balanço oficial fornecido pelas autoridades israelitas.
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