“Nesta programação há documentários e filmes que falam sobre as guerras coloniais e sobre quem se levantou contra o colonialismo, e falamos também de temas que muitas vezes ficam esquecidos quando se comemora o 25 de Abril, por isso, falamos da enorme importância que os movimentos de libertação tiveram para que Portugal também pudesse ter democracia”, observou Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda, partido responsável pela iniciativa, que apenas em 2018 não se realizou no Porto.

E acrescentou, na apresentação do certame, na semana passada: “Falamos das mulheres na guerrilha e também dos desertores, daqueles que se recusaram a combater uma guerra injusta e do papel que também tiveram na consciência política de um país que permitiu a luta pela democracia.”

Sob o tema do “princípio do fim” do regime, a oitava edição do Desobedoc – Mostra de Cinema Insubmisso vai abordar as lutas antifascistas (estudantis, operárias, habitacionais, de mulheres, na saúde, políticas), a guerra colonial e a luta anticolonial, incluindo a deserção.

O Desobedoc arranca com uma sessão em torno de René Vautier, cineasta francês que realizou um dos primeiros filmes anticoloniais, em 1950, “Africa 50”, acompanhado de “Salut et Fraternité”, documentário sobre o cinema comprometido de René Vautier.

No sábado, dia 23, haverá uma sessão dedicada à poeta e cineasta francesa Sarah Maldoror com a exibição de “Monangambé” e “Sambinzanga”.

No dia seguinte, será homenageado Miguel Portas, quando passam 10 anos sobre a sua morte, com um documentário sobre a luta do Sahara Ocidental e testemunhos do envolvimento do bloquista nesta e noutras causas.

A última edição presencial do Desobedoc aconteceu em 2019. No ano seguinte, devido à pandemia da COVID-19, realizou-se ‘online’ e em 2021 não aconteceu, regressando agora para “celebrar a liberdade”.