O Cineclube Gardunha, no Fundão, comemora os 50 anos do 25 de Abril com o ciclo “Amanhã, livre”, durante o qual apresenta, até ao final do mês, seis filmes, com entrada gratuita.
“O Cineclube Gardunha propõe-se olhar o passado, relembrar os processos utilizados pela ditadura, bem como o momento revolucionário a quente e os seus efeitos posteriores”, referiu, em comunicado enviado à agência Lusa, a organização, para explicar o propósito da iniciativa.
Segundo o Cineclube Gardunha, a data é assinalada tendo como pano de fundo a premissa de que se trata de “um momento decisivo para Portugal, para a democracia e a liberdade”.
As sessões decorrem na sala de espetáculos Moagem - Cidade do Engenho e das Artes, num ciclo de cinema promovido em colaboração com o Jornal do Fundão.
A primeira película é projetada hoje (terça-feira), às 21h30, na presença dos realizadores, Renée Nader Messora e João Salaviza, que rodaram “A Flor do Buriti”, sobre as lutas do povo indígena Krahô.
“Hoje, diante de novas ameaças, a resistência, a luta fundamental pelos direitos e liberdades, continua”, acentuou o Cineclube Gardunha.
Em 09 de abril há sessão dupla. Às 21:00 é apresentado “Jaime”, de António Reis, filme estreado em 1974, sobre um protagonista natural do Barco, Covilhã, a que se segue o documentário “Torre Bela”, do alemão Thomas Harlan, que ao longo dos anos fez várias montagens e criou várias versões.
Um filme que “mostra-nos as promessas e utopias dos movimentos cooperativistas, dos trabalhadores rurais, a ascensão e queda de uma prática comunitária livre e igualitária”, acrescenta o Cineclube Gardunha, na mesma nota.
No dia 16, às 21h30, é exibido “48”, de Susana de Sousa Dias, “que retrata um regime fascista e os seus processos, através de fotografias e dos depoimentos de quem foi preso e torturado pela máquina do regime salazarista”.
“Cavalo dinheiro”, de Pedro Costa, é a escolha para dia 23, às 21h30, sobre a comunidade cabo-verdiana a residir em Lisboa, “sem bairro, sem comunidade, sem os seus”.
O ciclo encerra no dia 30, com “Eu capitão”, do italiano Matteo Garrone, que retrata a história de um jovem senegalês que enfrenta a hostilidade do deserto, a crueldade dos centros de detenção na Líbia e faz uma arriscada travessia do Mediterrâneo num barco sobrelotado.
A entrada é livre e as reservas podem ser feitas através do endereço eletrónico bilheteira.cultura.cmfundao@gmail.com ou pelo telefone 275773032.
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