Cannes iniciou hoje o processo de criação de um Museu Internacional de Cinema, com abertura prevista para 2028, dois meses antes da inauguração do Museu dos Óscares, em Los Angeles.

"A nossa ambição é ter um Beaubourg ou um Guggenheim do cinema", disse à comunicação social o presidente da câmara, David Lisnard, após assinar um acordo tripartido com a Cinemateca francesa e o Centro Nacional de Cinema e da Imagem Animada.

Planeada para o local de um antigo pavilhão desportivo, 15 minutos a pé do Palais des Festivals, o equipamento cultural e turístico tenciona atrair anualmente 400 mil visitantes.

As obras devem começar em 2025 e o investimento está estimado "entre 150 e 200 milhões de euros", adiantou Lisnard.

A cidade, que antes da pandemia costumava receber anualmente até dois milhões de visitantes, pretende recorrer a parceiros privados para o financiamento e promete um lugar "divertido" com "atrações" e "que irá gerar receitas".

"É um projeto a longo prazo", frisou o cineasta franco-grego Costa-Gavras, presidente da Cinemateca francesa.

"Temos o suficiente para encher pelo menos dois museus”, salientou, referindo-se a “centenas e centenas de fatos, centenas de manuscritos, milhares de cartazes, fotografias de todos, cenários e 3.000 peças de equipamento desde o início do cinema até aos dias de hoje”.

Em Cannes, as coleções da Cinemateca serão distribuídas por um espaço de exposição permanente de 2.500 metros quadrados, mais 900 metros quadrados dedicados ao festival, um estúdio de laboratório, para compreender as diferentes etapas da produção cinematográfica, um auditório e uma área para crianças. Cerca de mil metros quadrados serão reservados para grandes exposições temporárias.

A França não tem um museu de cinema desde que o Museu Henri-Langlois, em Paris, fechou, nos anos 90.