O Festival de Cinema de Cannes vai revelar na próxima quarta-feira a seleção oficial de filmes que deveriam ter competido na edição deste ano, que foi cancelada por causa da COVID-19, anunciaram os seus organizadores esta quinta-feira (28), num gesto que visa apoiar o cinema em tempos de crise.

A 73ª edição da maior competição de cinema do mundo aconteceria de 12 a 23 de maio, com um júri presidido pelo cineasta norte-americano Spike Lee.

O Festival anunciará uma seleção de cerca de 50 a 60 filmes, sem diferenciá-los por secções, ou seja, não haverá competição oficial ou o programa paralelo "Um Certain Regard", disse à revista especializada Hollywood Reporter o delegado geral do evento, Thierry Frémaux.

Também não haverá vencedores ou perdedores e nenhum filme ganhará a Palma de Ouro.

Apenas serão incluídos os filmes programados para serem lançados este ano, uma vez que outros que tinham sido submetidos à organização optaram por esperar pela edição de 2021 de Cannes.

Um deles é "Benedetta", o último trabalho de Paul Verhoeven, sobre a história de freiras homossexuais, que ficará de fora porque os seus produtores decidiram adiar o lançamento para 2021.

"Estamos comprometidos em apoiar o regresso dos filmes aos cinemas", salientou Frémaux.

Segundo o delegado geral, os filmes selecionados, que poderão usar o prestigiado logotipo de Cannes, provavelmente serão exibidos noutros festivais à volta do mundo, graças a colaborações que ainda serão acordadas, como no Festival de Cinema de Veneza, programado para setembro.

Ao contrário de outros grandes eventos culturais que foram rapidamente cancelados por causa da pandemia, o Festival de Cinema de Cannes esperou várias semanas até decidir oficialmente suspender o evento.

Frémaux confirmou que definitivamente não haverá edição "física" do Festival de Cannes este ano.

Em 2019, "Parasitas", do sul-coreano Bong Joon-ho, arrecadou a Palma de Ouro, que acabaria por ser consagrado com o Óscar de Melhor Filme.