«Bonnie e Clyde» foi a maior coroa de glória da carreira de
Arthur Penn, o filme que, ainda antes de
«Easy Rider», abriu em 1967 a primeira brecha no sistema que iria resultar na revolução vivida por Hollywood na década de 70, com a emergência de novas estéticas assumidas por autores como
Francis Ford Coppola,
Martin Scorsese e
Robert Altman. O cineasta faleceu a 28 de Setembro, em Manhattan, um dia após o seu 88º aniversário, de insuficiência cardíaca congestiva.

Arthur Penn era considerado um realizador pioneiro por ter desenvolvido, nos anos 1950 e 1960, um método de trabalho na direcção de actores assente na espontaneidade e na emotividade.

O realizador dirigiu peças para televisão, encenou na Broadway, mas foi no cinema que se destacou, inicialmente com «O Milagre de Ann Sullivan» (1962), que valeu a
Anne Bancroft o Óscar de Melhor Actriz, e logo a seguir com filmes como
«Mickey One» (1965), com
Warren Beatty, e
«Perseguição Impiedosa» (1966), com
Marlon Brando,
Jane Fonda e um jovem
Robert Redford.

Em 1967, muito influenciado pela Nova Vaga francesa, a sua carreira disparou com o muito influente
«Bonnie & Clyde» (1967), um verdadeiro fenómeno mundial, protagonizado por Beatty e
Faye Dunaway. «Arthur Penn trouxe [para o cinema americano] a sensibilidade dos filmes artísticos europeus dos anos 1960. Abriu caminho para uma nova geração de realizadores que acabavam de sair das escolas de cinema», disse o realizador e argumentista
Paul Schrader, citado pelo New York Times.

«Bonnie & Clyde» é um retrato de um casal de criminosos, onde não falta sexo, violência e algum humor, não esquecendo que rompeu barreiras quando estreou nos anos 1960 e serviu de referência para toda uma geração de realizadores independentes.

Arthur Penn, irmão do fotógrafo
Irving Penn, nasceu em Filadélfia a 27 de Setembro de 1922, desde cedo se interessou por teatro e enquanto fez o serviço militar criou um grupo teatral com outros militares.

Estudou na Europa, passou pelo Actor's Studio, onde se praticava o método de representação de Stanislavski, produziu séries televisivas, filmou peças de teatro em directo na televisão e chegou a ser conselheiro do então senador John F. Kennedy nos debates televisivos.

Marlon Brando,
Robert Redford,
Robert Duvall,
Dustin Hoffman,
Gene Hackman foram alguns dos actores com quem Arthur Penn trabalhou ao longo da carreira, que ainda assim teve altos e baixos na militância do cinema independente face às grandes produções de Hollywood.

Estreou-se no cinema com
«Vício de Matar» (1957), e, entre os outros títulos que deixou, merecem especial destaque
«O Pequeno Grande Homem» (1970),
«Um Lance no Escuro» (1975),
«Duelo no Missouri» (1976, com Brando e
Jack Nicholson) e
«O Alvo» (1985).

No virar do século ainda produziu vários episódios da série televisiva
«Lei & Ordem», e a peça de teatro
«Fortune´s Fool», com
Alan Bates e
Frank Langella.

SAPO/Lusa

Tudo o que se passa à frente e atrás das câmaras!

Receba o melhor do SAPO Mag, semanalmente, no seu email.

Os temas quentes do cinema, da TV e da música!

Ative as notificações do SAPO Mag.

O que está a dar na TV, no cinema e na música!

Siga o SAPO nas redes sociais. Use a #SAPOmag nas suas publicações.