O auditório do Casino de Espinho que funcionou como cinema entre 1982 e 2005 reabrirá ao público em fevereiro, para exibir gratuitamente filmes selecionados pelo cineclube da associação que gere o festival de novos realizadores FEST.
Com capacidade para 340 espectadores, a sala retomará a sua atividade cinematográfica no dia 06 com o filme "Shoplifters - Uma família de pequenos ladrões", que venceu a Palma de Ouro na última edição do Festival de Cannes. Depois disso, a sala voltará a projetar uma nova obra a cada primeira quarta-feira do mês, sempre no período de fevereiro a maio e de setembro a dezembro.
Nuno Pestana Vasconcelos, diretor-geral de Marketing no Casino de Espinho, assumiu à Lusa que a disponibilização do auditório ao novo cineclube foi um processo natural no grupo que detém várias casas de jogos e hotéis no país: "A Solverde pretende afirmar-se como um parceiro ativo na dinamização cultural da região em que está inserida e este fator, reunido com a excelente relação que o grupo tem com os agentes culturais da cidade, resultou na cedência do espaço para o FEST - Cineclube de Espinho".
Se nos anos 2000 os espectadores revelaram preferência por cinemas mais modernos que "foram aparecendo nos centros comerciais e retirando público a todas as salas individuais que existiam no país", levando mesmo "ao encerramento e à falência" de muitos desses espaços, esse não foi o caso do auditório mais popular entre os vários que integram o Casino de Espinho.
Embora acolhendo "muitos outros eventos privados e públicos" em áreas como a música, o teatro, os negócios e o ensino, essa sala também manteve a sua ligação ao cinema enquanto palco da programação dos festivais locais FEST e Cinanima.
Faltava, contudo, uma "programação regular e alternativa de cinema” ao longo do ano e é isso que a associação cultural FEST se propõe assegurar agora, fazendo regressar os filmes "à sala de cinema que ainda hoje permanece no imaginário de todos os espinhenses".
"O FEST - Cineclube de Espinho nasce da vontade de trazer o melhor cinema à cidade ao longo de todo o ano, de criar uma comunidade e espaço de debate para todos os amantes e admiradores da Sétima Arte, e de colocar Espinho definitiva e inequivocamente no mapa nacional e internacional de cinema", afirma fonte da associação.
A escolha do auditório do Casino como centro dessa estratégia também se revela lógica, porque "o local dificilmente poderia ser mais apropriado", dado o "lugar de relevo que sempre ocupou no coração e imaginário de todos os cinéfilos da região".
No arranque do FEST - Cineclube de Espinho, a sessão inaugural aposta no filme de Hirokazu Koreeda, apontado como um dos mais consagrados autores japoneses contemporâneos.
Para os meses seguintes estão já anunciados os respetivos filmes: na primeira quarta-feira de março, "Girl - O Sonho de Lara", de Lukaz Dhont; em abril, "Ciclo Interrompido", de Felix Van Groeningen; em maio, "O Verão de Sangailé", de Alante Kavaite; em setembro, "O dia mais feliz da vida de Olli Maki", de Juho Kuosmanem; em outubro, "A Tribo", de Myroslav Slaboshpytskyi; em novembro, "Miss Violence", de Alexandros Avranas; e, em dezembro, "Mug", de Malgorzata Szumowskai.
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