A caminho dos
Óscares 2021
Ligado a filmes como "Tabu", "Cartas da Guerra" e "As Mil e Uma Noites", da O Som e a Fúria, o produtor Luís Urbano é o português que faz parte da lista de 819 pessoas que receberam esta segunda-feira (30) o convite para integrar a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood e votarem nos Óscares.
A organização responsável pelos prémios mais importantes do cinema atinge este ano as metas para se tornar mais diversa a que se tinha proposto após a polémica #OscarsSoWhite [Óscares Tão Brancos] em 2016.
Segundo um comunicado, do total de convites enviados, 45% foram para mulheres e 36% para minorias, segundo um comunicado. Quarenta e nove por cento dos convidados vêm de 68 países. A Academia dobrou o número de mulheres que a integram e triplicou os membros não americanos.
Entre as convidadas, destacam-se a mexicana Yalitza Aparicio, a revelação de "Roma", a cubana Ana de Armas, a futura 'Bond girl', e Eva Longoria, famosa pela série "Donas de Casa Desesperadas", mas também pela sua luta pela representação latina na indústria do entretenimento.
Foram chamadas atrizes como Awkwafina, vencedora do Globo de Ouro pelo drama familiar sino-americano "A Despedida"; a estrela de "Joker" Zazie Beetz; e Cynthia Erivo, a única nomeada não branca na última edição dos prémios por "Harriet".
Também receberam convites a antiga estrela infantil da Disney Zendaya ("Homem-Aranha: Longe de Casa") e Constance Wu, que ganhou elogios por sua atuação e "Ousadas e Golpistas" e "Asiáticos Doidos e Ricos".
Adèle Haenel ("Retrato da Rapariga em Chamas"), Udo Kier ("A Sombra do Vampiro"), Ben Mendelsohn ("Reino Animal"), Florence Pugh ("Mulherzinhas"), Alexander Siddig ("Syriana"), John David Washington ("BlacKkKlansman"), Olivia Wilde ("Rush") e cinco atores de "Parasitas" também foram convidados.
A diversidade destaca-se bastante no ramo dos realizadores, que inclui por exemplo o dinamarquês Ali Abbasi ("Na Fronteira"), o sueco Levan Akin ("And Then We Danced"), a italiana Francesca Archibugi ("Noites Mágicas"), os americanos Ari Aster ("Midsommar"), Robert Eggers ("O Farol"), Matt Reeves ("Nome de Código: Cloverfield") e Lulu Wang ("A Despedida"), a espanhola Icíar Bolláin ("Dou-te os Meus Olhos"), os franceses Mati Diop ("Atlantics") e Ladj Ly ("Os Miseráveis"), o polaco Jan Komasa ("Corpus Christi - A Redenção"), o brasileiro Alejandro Landes ("Monos") e o britânico Matthew Vaughn ("Kingsman").
"Sempre abraçámos um talento extraordinário que reflete a rica variedade da nossa comunidade cinematográfica mundial e agora mais do que nunca", destacou o presidente da Academia, David Rubin.
A Academia tradicionalmente limitava o número de membros a seis mil, mas tem vindo a aumentá-lo desde que assumiu o compromisso de diversificar quem vota nos Óscares.
Em 2016, a organização foi muito criticada pela ausência consecutiva de profissionais negros entre as 20 nomeações das categorias de interpretação.
O caso reforçou as críticas #OscarsSoWhite [Óscares Tão Brancos] e motivou uma onda de protestos e o apelo a um boicote da cerimónia, nomeadamente por parte do realizador Spike Lee e do casal de atores Will Smith e Jada Pinkett-Smith.
Hoje, os membros aproximam-se dos dez mil, o que se acredita ter sido chave para a vitória do sul-coreano "Parasitas" como a primeira produção em língua não inglesa a levar o Óscar de Melhor Filme.
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