Apesar de ter sido um sucesso moderado quando estreou em 1988, "Willow – Na Terra da Magia" tornou-se rapidamente um fenómeno de culto entre a geração que então o viu em cinema. Quase 35 anos depois, a história do reino Andowyne sobre um camponês que vai proteger um bebé de uma rainha que o quer destruir para poder controlar o mundo por via da magia está de volta, agora em formato de série.
A primeira temporada de "Willow" estreia-se esta quarta-feira, dia 30 de novembro, no Disney+, e volta a contar com Warwick Davis no papel de protagonista - antes do filme do final dos anos 1980, o ator, que é anão, já tinha participado na saga “Star Wars”, cheio de caracterização, como o Ewok Wicket, e estreou-se neste filme como protagonista e com o seu rosto bem visível.
O épico de “sword and sorcery” assinado por Ron Howard e produzido por George Lucas era uma raridade no cinema da época, mais virado para a ficção científica que para a fantasia, e acabou por deixar boa memória entre os fãs.
A partir de 2005, com muitos avanços e recuos, começou a discutir-se a possibilidade de uma sequela, em cinema ou televisão. "Não sei se se falou de sequelas no passado, não tenho a certeza se houve alguma coisa oficial ou se eram os fãs a exigir ver novamente o Willow. Por isso, pelo que sei, nada começou e parou depois", começa por contar Warwick Davis em conversa com os jornalistas.
"Com a série, tudo pareceu alinhar-se perfeitamente. (...) O Jonathan Kasdan e o Ron Howard começaram a falar sobre o quanto adoravam 'Willow'... o John, principalmente, contou-nos a influência que o filme teve para ele começar a escrever em jovem e disse: 'achas que há espaço para continuar a história?'. E ambos falaram muito sobre o assunto", recorda o protagonista.
Jonathan Kasdan, o criador da nova série do Disney+, acrescenta que o filme marcou a sua infância: "Adorei o filme como um fã, era criança e cresci a vê-lo. Acho que um dos presentes desta era do entretenimento é que estas produções estão a ser exploradas por pessoas que as adoram. Para mim, 'Willow' está a cima de qualquer coisa".
Quando vestiu pela primeira vez a pele de Willow, Warwick Davis tinha apenas 17 anos. Agora, aos 52 anos, confessa que viveu um desafio diferente. "Sinto-me muito bem em voltar à personagem. Os principais desafios para mim foram... bem, em primeiro lugar, sou bastante mais velho agora, quando fiz o primeiro filme tinha 17 anos. Mas todo o tipo de ação, o lado físico do papel não me incomodou em nada. Mas quando se tem 52 anos, todas essas coisas tornam-se um pouco mais difíceis e causam algum desconforto", confessa. "Assim, em vez de lutar contra isso, adotei o facto de ser mais velho agora e talvez um pouco menos capaz fisicamente e trouxe isso para a personagem", acrescenta.
Para o ator, Jonathan Kasdan conseguiu trazer "uma boa quantidade de humor para o guião" e "foi uma surpresa". "Acho que muitos dos fãs vão gostam que o Willow não se leve demasiado a série tal como no filme. O John queria que isso continuasse na série e, por isso, achei surpreendente o guião ser tão engraçado", admite.
Jonathan Kasdan frisa, ainda, que foram "muitos os desafios" ao longo da criação da série. "Uma coisa que é verdade é que, ao contrário de 'Star Wars', não havia nenhum tipo de projeto para 'Willow'. É um produto completamente feito de amor... um verdadeiro trabalho de amor", sublinha o criador.
"É sempre um desafio fazer uma sequela de algo que conquistou uma determinada audiência - apaixonaram-se pelas personagem num momento, muitos dos fãs durante a infância. Depois, mais tarde, quando se volta à história há uma esperança de renovar a ligação", acrescenta.
A série promete também conquistar novos públicos, que nunca viram o filme, e começou por apaixonar os jovens do elenco. "Sei que nenhum de nós tinha visto o original antes de entrar para a série, mas agora adoramos o filme. É tão especial", sublinha Ruby Cruz, que veste a pele de Kit.
"Acho que a série é muito engraçada, o John fez um grande trabalho e tornou-a divertida", acrescenta Dempsey Bryk, jovem ator que interpreta Airk.
Para Ruby Cruz (Kit) também foi especial entrar na série. "Parecia que estávamos todos na universidade", conta, sublinhando o bom ambiente vivido durante as gravações da nova produção do Disney+.
Warwick Davis lembra ainda que não é fundamental ver o filme de 1988: "A série continua a história. Vamos explorar mais do mundo de Willow e do qual já vimos um pequenos vislumbre o filme. Não é preciso ver o filme para ver a série, não é essencial".
"Mas quem já viu o filme, vai perceber que há muitas referências e vai estar mais familiarizado. A série tem muito humor, é divertida e trouxemos esse espírito fo filme. Há muita magia, coração e algumas lições de vida pelo meio. Se acreditarmos em algo com força suficiente, podemos consegui-lo - esta é a grande lição para o mundo em que vivemos", resume o protagonista.
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