O canal Odisseia estreia esta quarta-feira, dia 29 de abril, às 22h30, "Cretinos, a Teoria". O documentário é baseado no livro "Assholes: a Theory, bestseller", do The New York Times, e foi escrito pelo professor e filósofo Aaron James, dedicando-se à analise "do aumento de cretinos na sociedade".
"O primeiro documentário sobre a estupidez humana", adianta o canal.
A nova produção do canal foi realizada pelo canadiano John Walker, que conversou com o SAPO Mag sobre o documentário. "'Cretino' não é uma palavra que uses para descrever alguém de que não gostas. Descreve um caráter moral", começa por frisar, acrescentando que com o documentário pretende que se as pessoas "se tornem mais ativas" e se "oponham a estes comportamentos". "Neste momento, muitos de nós somos liderados por alguns cretinos", defende.
Veja o teaser:
"Quis testar a teoria na realidade. Por isso, procurámos exemplos desse tipo de comportamentos e construímos a história de como pode ser um cretino e do que podemos fazer para o combater", conta, revelando que a sua "primeira motivação para fazer este documentário foi dar ferramentas à filha para saber como se movimentar entre eles e não trabalhar para um cretino".
Segundo a teoria do filósofo Aaron Jame, se no trabalho "o chefe se sente no direito de ser desagradável porque tem mais poder ou porque crê ter mais talento que os restantes trabalhadores, esse chefe não é um líder, mas sim um cretino, e o mesmo acontece com membros da família ou de um grupo de amigos".
"Cretinos, a Teoria" conta com o testemunho de personalidades de diferentes setores, que procuram compreender e fazer retroceder a corrente ascendente da "cretinice". O ator John Cleese ("Monty Python") foi um dos entrevistados e define o sistema financeiro como "a indústria dos cretinos por excelência".
O documentário conta ainda com declarações de Paul Purcell, banqueiro, CEO da Baird – companhia financeira que gere 77.000 milhões de dólares dos seus clientes – e pioneiro em estabelecer nas suas empresas a regra de "não tolerar cretinos", segundo a qual o seu rendimento triplicou comparativamente ao da concorrência; ou Lesley Miley, uma das poucas afroamericanas que conseguiu ascender em Silicon Valley, que analisa o danos causados pela rápida ascensão e enriquecimento, sem que se tenha em conta a destruição causada pelo caminho, entre outros.
"É preciso der um cretino para ter sucesso? Para ser um grande artista, um cineasta ou um empresário? Não e por isso procurámos exemplos que mostrem que não é preciso ser um cretino para ter sucesso", explica o realizador canadiano.
"O mundo seria melhor sem cretinos mas não vamos livrar-nos de todos, isso é uma realidade", acrescenta Aaron James, autor do relato sobre o qual se inspira esta produção.
"Nestes tempos de venenosas redes sociais, ressurgimento do autoritarismo e narcisismo descontrolado, o documentário investiga os campos contemporâneos de cultivo da 'cultura idiota', analisa algumas das figuras mais tóxicas da nossa sociedade e põe à prova os limites de aceitação de cretinos na nossa vida", analisa o canal em comunicado.
O Odisseia criou ainda um site para este documentário, cretinos.pt.
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