O caso aconteceu no passado domingo, dia 10, no concurso de talentos do canal televisivo SIC, "Ídolos", quando um jovem concorrente foi ridicularizado durante a sua prestação no programa, com o tamanho das orelhas a aumentar à medida que decorria a audição.
Em declarações à agência Lusa, Tito de Morais classificou o episódio como “inqualificável” e defendeu que na sociedade atual “não pode valer tudo” na conquista de audiências.
Para Tito de Morais, é “lamentável” que o canal de Carnaxide não tenha procurado responsabilizar “quem foi responsável por aquela humilhação”.
“Uma humilhação que não só foi vista por não sei quantos telespectadores, como depois é repercutida nas redes sociais”, sendo amplificada de uma maneira exponencial.
O fundador do projeto MiudosSegurosNa.Net defende mesmo que os responsáveis pelo que se passou sejam responsabilizados e pede que haja consequências.
“Eu acho que o programa, no mínimo devia ser suspenso e quem teve a responsabilidade pela emissão daquelas imagens, nomeadamente o colocarem aquelas orelhas, devia ser chamado à responsabilidade, nomeadamente, por exemplo, o despedimento”, defende Tito de Morais.
Acrescenta que deve ser chamado à razão não só quem teve ação direta no que se passou, mas também quem tem responsabilidades no canal SIC.
Para Tito de Morais, este caso, passado com um jovem do norte do país, “conjuga todo uma série de situações que têm vindo a crescer, desde que se popularizaram os reality-shows e os concursos”.
“As pessoas tornaram-se animais de circo ou animais de jardim zoológico, onde as pessoas vão atirar amendoins e coisas desse género e as coisas têm vindo em crescendo”, considera.
Aponta igualmente que este “não é o primeiro caso em que concorrentes a concursos são humilhados, (…) são transformados em estrelas pelas parvoíces que fazem”.
“Infelizmente o mundo do entretenimento televisivo está reduzido a isso”, defende.
Por outro lado, aponta para as consequências que este caso vai ter no jovem, que para além de “ter sido gozado na televisão”, foi gozado nas redes sociais.
“Este episódio vai ficar associado para ele para o resto da vida. Disso não tenho qualquer dúvida. O rapaz foi humilhado de uma forma inqualificável e se eu fosse advogado oferecia-me para instaurar um processo contra aquele canal de televisão por danos morais”, sustenta.
Tito de Morais diz ainda que “é pena” não existir ainda a figura de Provedor da Criança e pede que, constatando essa lacuna, “haja alguém que tenha os meios jurídicos e que os acione”, acrescentando que o caso deveria ser encaminhado para a Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC).
@Lusa
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