Ao lado de José Fidalgo, Lúcia Moniz vai estar à frente do elenco de «Maternidade», a nova série da RTP1, que vai marcar a rentrée da estação, já em Setembro. A actriz veste a pele de «Madalena Valente», uma obstetra conceituada que se vê obrigada a mudar-se para uma maternidade à beira do encerramento compulsivo. Lúcia Moniz vai medir o pulso à equipa da clínica e injectar-lhes uma boa dose motivação. A actriz conta a SapoTV como se inspirou para o papel.
Este é um grande desafio para uma actriz?
É muito engraçado. São dias inteiros enfiados numa clínica a ajudar futuras mães a dar à luz. Já passaram por nós alguns bebés recém-nascidos. Sãos uns queridos.
Assistiu a algum parto?
Ao vivo ainda não, o que vi foi muitos partos na internet. Depois vi o meu, embora que numa perspectiva bem diferente. Já fizemos visitas a maternidades e de certa forma deu para perceber o ambiente que aqui vivemos. Temos enfermeiras aqui em estúdio que nos ajudam nas cenas de parto. São as melhores pessoas para nos ajudarem. Dão dicas de como proceder nesse momento tão maravilhoso e ajudam-nos também nos diálogos, que acabam por trazer veracidade às cenas. É um trabalho muito interessante.
Sendo assim já está capaz de trazer um bebé ao mundo?
Às vezes as enfermeiras dizem-nos que o que estamos a dizer ou fazer não é muito credível. Aí queremos logo saber como se faz.
Enquanto mãe não lhe faz confusão ver estes bebés, tão pequenos, já agenciados para fazerem televisão?
Completamente. Faz-me muita confusão. Não condeno, nem critico, mas não posso negar que me faz impressão ver um bebé já exposto a luzes, acção, corta e vamos gravar outra vez. Mas é certo que há um cuidado acrescido, da parte do realizador e de toda a equipa, pois nós ensaiamos, vezes sem conta, com um boneco e depois só fazemos um take com o bebé recém-nascido. É-nos exigida uma enorme concentração para não submeter o bebé a isto tudo.
Como mãe não faria isto?
Não e a minha filha já tem seis anos. Não faço ideia porque os pais fazem isto, mas devem haver milhentas razões que os motivam a fazer isto. Por isso não condeno.
Quem é «Madalena Valente»?
Fazer este personagem é muito engraçado. Primeiro porque nunca na vida pensei em ser médica, nem em criança me passou isso pela cabeça. Faço de médica pela primeira vez. Depois, porque a «Madalena» é uma pessoa muito interessante. Quer pôr esta clínica a funcionar bem e faz de tudo para que volte a ser uma clínica de referência. Mas devido ao passado dela, tende a ser um pouco agressiva e autoritária. Por causa disso, cria algum mal-estar entre os colegas, embora sempre com as melhores das intenções.
Autoritária é coisa que não bate com a sua maneira de ser...
Sim. Nunca fui muito autoritária e nunca tive muito sucesso a esse nível (risos). Arranjo inspiração à medida que vou estudando as cenas com a Sandra Faleiro, a nossa directora de actores, que tem sido fantástica. Com a orientação que ela nos dá faz-nos ir buscar o que precisamos para cada uma das personagens. A partir daqui pode ser que tenha outra postura na vida (risos).
Como é gravar com este elenco?
É maravilhoso. Ainda não tinha trabalhado com alguns dos actores mas já os conhecia a todos. Digo que é maravilhoso mas estendo a toda a equipa que está a fazer a série.
Fazia falta uma série sobre medicina?
Fazem sempre falta coisas novas. Não só sobre a medicina. A SP Televisão começou com os advogados, depois os polícias e agora os médicos. Isto é muito interessante porque só traz novidade à televisão portuguesa.
Vai haver tempo para férias?
Não (risos). A seguir às gravações vou começar a ensaiar no Teatro Nacional. A peça vai chamar-se «Um Eléctrico Chamado Desejo» e até ao final do ano estarei a trabalhar. Ainda bem, é bom sinal.
(Entrevista: Joana Côrte-Real/Fotos: Bruno Raposo)
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