Tem apenas 19 anos e já é uma das maiores estrelas da música mundial. Com as suas canções, Billie Eilish agarrou milhões e milhões de fãs nos quatro cantos do mundo, esgotou centenas de concertos, conquistou dezenas de galardões e muito, muito mais. A sua vida, do que veste ao que diz, enche páginas de revistas e alimenta polémicas nas redes sociais. Não é consensual, as suas canções não agradam a todos, mas o seu sucesso é inegável.

A partir desta sexta-feira, dia 26 de fevereiro, os seguires da cantora, os fãs e até haters vão poder descobrir um pouco mais sobre o mundo 'desfocado' da artista, em "Billie Eilish: The World's A Little Blurry", o novo documentário da Apple TV+. Antes da estreia, o SAPO Mag viu em primeira mão a produção realizada por R. J. Cutler e que conta com a participação de Finneas O’Connell, Maggie Baird e Patrick O’Connell.

Ao longo de mais de duas horas e meia, o documentário compromete-se a levar-nos numa viagem pela vida e carreira da jovem cantora. Aviso de spoiler: o filme cumpre ao combinar momentos de criatividade com conversas mais pessoais com a família, não deixando de fora alguns dos principais concertos de Billie Eilish.

Em "Billie Eilish: The World's A Little Blurry", a viagem começa com um vídeo caseiro, onde a artista, ainda nos primeiros anos de vida, aparece sentada ao piano. Seguem-se rápidos flashes do início da carreira, como o momento em que a norte-americana ouve pela primeira vez o tema "Ocean Eyes", de 2015, na rádio.

Do single inaugural no FM até 2018, em apenas três anos, tudo mudou, sublinha Patrick O'Connell, o pai da artista. Mas o que não se alterou foi a ligação de Billie à família: a mãe ensinou-a a escrever canções; o pai a tocar piano: e o irmão sempre acreditou nela. "A família é razão de ser quem sou", sublinha.

Veja o trailer:

E foi a casa de família que viu nascer (quase) todas as canções. Finneas e Billie, num pequeno quarto, criaram os temas, gravaram e produziram. A pequena divisão, onde nasceu "When We All Fall Asleep, Where Do We Go?", continua a ser o estúdio dos irmãos, mesmo depois de começaram a ser reconhecidos mundialmente.

Ao longo do documentário, são revelados vários momentos de trabalho, onde a dupla troca ideias, grava vozes - às vezes, debaixo de um lençol para melhorar a acústica. "Foi sempre assim", sublinham os irmãos O'Connell. Mas nem sempre é fácil para a artista escrever novas canções, admite em conversa com os pais.

"Não sei porque gostam de mim"

Billie Eilish
Billie Eilish créditos: Apple TV+

Da casa de família, "Billie Eilish: The World's A Little Blurry" salta para a vida pública da cantora, com recortes de várias entrevistas e imagens de concertos nos Estados Unidos e Europa. A relação com os fãs é um dos temas centrais e, para explicar como se sente, a artista dá o exemplo da sua 'paixoneta' por Justin Bieber. "Não era fã, era apaixonada", sublinha, lembrando que acreditava que namorava com o artista de quem se tornou amiga.

"Não sei porque gostam de mim. Não sei mesmo, mas adoro", frisa a jovem entre concertos pela Europa, que ficaram marcados por lesões em palco.

A passagem pelo festival de Coachella - onde conheceu Katy Perry e Orlando Bloom - marca um dos momentos mais divertidos do documentário, onde Billie abre também o seu coração e revela pequenos detalhes de um relacionamento. Do festival, a artista seguiu para a digressão mundial de apresentação do álbum "When We All Fall Asleep, Where Do We Go?".

Ao longo de mais de duas horas e meia, os espectadores são desafiados a embarcar na viagem (com muitas emoções), que passa pela intimidade, pelos momentos de alegria e tristeza de Billie Eilish e da sua a família. Pouco (ou nada) fica de fora: tal como todos os jovens, apesar da fama e do sucesso, a artista sofre por amor, sente a falta dos amigos e, por vezes, perde a confiança em si.

Billie Eilish
Billie Eilish créditos: Apple TV+

Para ultrapassar problemas e dilemas, Billie Eilish escreve canções sobre os sentimentos menos bons - é como uma terapia. E talvez seja esse o grande motivo do sucesso da norte-americana: desabafa na primeira pessoa sobre momentos mais obscuros, em que o mundo parece desfocado e sem horizonte, e cria empatia com quem a ouve e segue fielmente.

"A vida é boa", rema nos últimos minutos do documentário, depois de celebrar a vitória nos Grammys conquistados com "When We All Fall Asleep, Where Do We Go?".

E o futuro? No documentário que se estreia esta sexta-feira, dia 26 de fevereiro, na Apple TV+, Billie Eilish não dá pistas, mas na entrevista de promoção a Stephen Colbert, a artista deixou uma (grande) novidade: o segundo álbum já está gravado e foi praticamente terminado durante o confinamento.