“Há uma espécie de amor-ódio em relação à RTP. Primeiro, porque as pessoas dizem ‘nós pagamos’ e depois porque ‘era a televisão que tínhamos quando éramos pequenos’”, apontou a provedora do telespectador da RTP, Ana Sousa Dias, em resposta aos deputados, na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, detalhando que a grande maioria das mensagens que recebe chega de pessoas com mais de 60 anos.
Ana Sousa Dias disse receber “criticas desagradáveis”, o que classificou como típico de casos de amor-ódio, e no sentido inverso, poucos elogios, apesar de garantir que “acha simpático que alguém escreva a elogiar”.
A provedora, que assumiu funções no final de 2021, assinalou que para resolver todos os problemas apontados nas mensagens que recebe, teria que existir uma televisão para cada português.
“Recebo mensagens de pessoas preocupadas porque houve uma troca em dois episódios da [série] 'Dallas', que deve estar a ser emitida pela quinquagésima vez”, exemplificou.
Por outro lado, disse aos deputados que existe um tema penalizador e recorrente, para o qual ainda não tem remédio, que são os erros de português nos rodapés.
Conforme esclareceu, os rodapés são escritos no momento, sem corretor automático.
Estes erros são transversais à sociedade portuguesa, mas, certamente, “o serviço público tem obrigações redobradas”, assinalou.
Neste sentido, a provedora aconselhou mais formação e uma atenção redobrada no que diz respeito à seleção das pessoas que fazem este trabalho.
A provedora do telespectador da RTP recebeu, no ano passado, mais de 6.300 mensagens, com destaque para as touradas, apesar de ressalvar que os números são “exponenciados” por campanhas que surgem nas redes sociais.
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