Funcionários transgénero da Netflix estão a planear um protesto contra um especial de comédia americano acusado de transfobia, após o chefe de conteúdo da plataforma defender o lançamento do programa, avançou a imprensa norte-americana esta quinta-feira.
Em "The Closer", o humorista Dave Chappelle afirma que "o género é um facto" e critica a sensibilidade da comunidade trans. O episódio foi condenado por vários grupos LGBTQIA+.
Uma mensagem que circulou internamente na gigante do streaming esta semana entre os trabalhadores trans acusa a empresa de "lançar continuamente conteúdo que fere a comunidade trans e continuar sem criar conteúdo que represente e valorize as pessoas trans", segundo o The Verge. A greve está prevista para a próxima quarta-feira.
A identidade trans tornou-se um tema controverso na indústria do entretenimento nos últimos anos. J.K. Rowling, a autora de "Harry Potter", por exemplo, foi bastante criticada por defender que ser mulher é algo biológico.
O anúncio deste protesto ocorre após o codiretor executivo da Netflix, Ted Sarandos, ter enviado um e-mail - ao qual vários meios tiveram acesso - afirmando que o especial de Chappelle era popular, uma importante forma de liberdade artística e não poderia causar danos no mundo real.
Anteriormente, ele já havia dito aos funcionários que a Netflix não retiraria o programa, que se estreou na plataforma na semana passada.
Três empregados da Netflix foram suspensos após interromperem uma reunião virtual de executivos para discutir a questão. Porém, Terra Field, uma engenheira de software que se identifica como queer e trans, partilhou nas redes sociais na terça-feira que foi "reintegrada" e que se sentia “inocentada”.
Na sua última apresentação, Chappelle disse que não odeia pessoas trans e conta uma longa anedota sobre uma comediante trans, que descreve como amiga, que o defendeu em conflitos anteriores com a comunidade.
Chappelle, de 48 anos, também foi acusado de transfobia por causa de outros especiais disponíveis na Netflix.
A plataforma de streaming não respondeu às mensagens da France-Presse até a publicação dessas informações.
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