Começa já esta sexta-feira o natal dos festivais, na Avenida da Liberdade e arredores. Durante sexta e sábado, muitas salas de Lisboa abrem portas para receber fãs e artistas e aquecer o público sedento por música. Se ainda não tens o roteiro desenhado, deixamos-te aqui algumas sugestões.
Antes de o festival começar, passa pelo Príncipe Real, no Jardim Botânico na Rua da Escola Politécnica. Decorrerá lá o segundo Mercado de Música Independente, onde algumas editoras venderão álbuns a preço reduzido. Também há promessa de showcases e alguns djs aproveitarão para passar som. Estando bom tempo é aproveitar e beber um refresco nas imediações enquanto o sol se põe. Depois há todas as condições para circular pela Avenida.
Quanto aos concertos, Janeiro é o primeiro a abrir hostilidades. Na Casa do Alentejo, o artista apresentará música popular portuguesa quentinha e boa. O verão não acabou ali. Depois, é a correr para o Rossio, para a Estação de Comboios para ver Akua Naru. A estreia da artista em Portugal serve para apresentar um estilo muito sui generis, entenda-se: hip hop inspirado no jazz. The Miner’s Canary é o novo trabalho mas o verdadeiro cartão de visita ainda é The Journay Aflame, onde consta Poetry: How Does it Feel? e Nag Champa.
Corridinha porque está a arrefecer e porque não queremos chegar atrasados ao Coliseu. Chairlift é a banda que segue. Oriundos dos States, trazem uma festa pop a uma das salas mais bonitas de Portugal. Bruises é se calhar a música mais familiar, mas a recém-lançada Ch-Chang promete levantar o pé do chão no Coliseu.
Momento de indecisão. Se por um lado sabemos que não ficaremos mal entregues se vermos Márcia no Cinema S. Jorge, por outro temos a certeza que Roots Manuva merece toda a atenção na Estação do Rossio. Se no ano passado fomos presenteados com Pharaone Monch, este ano é Rodney Smith a presentear-nos com Bleeds e agregados. É daqueles concertos a ver no Mexefest.
Quem estiver no Rossio, não se admire se começar a ver grandes quantidades de pessoas a abandonar o concerto mais cedo. Afinal de contas, à 00:20 começa um dos concertos mais esperados do festival. Agora com um Mercury Prize no bolso, Benjamin Clementine traz-nos At Least For Now. Para os mais sensíveis, uma recomendação: lenço no bolso. Emoções à flor da pele.
Para o sábado, a primeira paragem é no Cinema S. Jorge para ver o Benjamim. Melhor: para ouvir o Benjamim. É que o cantor de Alvito irá tocar, ainda que só por 20 minutos, às escuras, no Vodafone Blackout Room. O Auto-Rádio vai queimar gasóleo ali e pouco depois na Estação do Rossio.
Continuando em português, mas agora com sotaque do outro lado do Atlântico, Castello Branco na Sociedade de Geografia. A nova vaga da Música Popular Brasileira está aí e Castello Branco é uma das caras a ver neste Mexefest. Para além do álbum Serviço, o brasileiro vem aí com músicas de um álbum que está prestes a rebentar.
Depois do concerto dos Holy Nothing no Cinema S. Jorge, seguimos viagem para o Tanque para ver Peaches. O espaço é novo e assenta que nem uma luva para ver Merril Nisker e o novo álbum Rub. Mas Fuck My Pain Away e You Can’t Run From My Love são dois dos êxitos que não vão faltar.
Agora o primeiro, e se não existir mudança de planos, única sobreposição do dia. Obrigados a sair mais cedo do Tanque é com passo apressado que nos deslocamos para ver o Coliseu ver Patrick Watson. Love Songs For Robots é o novo trabalho do canadiano nascido na Califórnia, mas não poderemos esquecer de sons como o Lighthouse do Adventures In Your Own Backyard.
O programa é extenso e susceptível a mudanças de última hora, já que não podemos esquecer de viajar no Vodafone Bus e circular em condições algo roqueiras pela avenida acima. Com condições climatéricas muito propícias a um festival, é aproveitar para despedirmos de novembro da melhor maneira.
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