Várias mulheres que sofreram assédio e agressão sexual quando trabalhavam para Harvey Weinstein, o famoso produtor condenado por violação e outras acusações em fevereiro, receberão quase 19 milhões de dólares no âmbito de uma ação coletiva, anunciou a Procuradoria Geral de Nova Iorque.
Os pagamentos, que devem ser aprovados por dois tribunais, são o resultado de um processo apresentado contra o produtor caído em desgraça, que atualmente cumpre uma pena de 23 anos de prisão, e o estúdio The Weinstein Company.
"Harvey Weinstein e The Weinstein Company falharam com as suas funcionárias. Após todo o assédio, ameaças, discriminação e discriminação de género, estas sobreviventes finalmente receberão algo de justiça", afirmou a procuradora Letitia James em comunicado.
O processo estabelece que Weinstein "pediu ou forçou funcionárias mulheres a estabelecer contactos sexuais não desejados para manter o seus empregos ou avançar nas suas carreiras".
Um advogado de várias vítimas de Weinstein criticou o acordo proposto.
Douglas Wigdor - que tem entre as suas clientes Tarale Wulff, uma empregada de bar que afirmou no julgamento de Weinstein que foi violada no apartamento de Nova Iorque do ex-produtor em 2005 - descreveu o acordo como uma "completa traição".
Ele disse que, pelo acordo, Weinstein "não aceita responsabilidade pelas suas ações" e não pagará com o seu próprio dinheiro.
Wigdor também afirmou que a proposta impede as vítimas que não desejam aceitar o acordo de procurar outras vias de compensação e que, portanto, vai contestar o mesmo no tribunal.
A declaração da procuradora-geral não menciona um acordo de 25 milhões de dólares alcançado com dezenas de mulheres em dezembro.
Harvey Weinstein foi declarado culpado em fevereiro por ato sexual criminoso e violação, num veredicto chave para o movimento #MeToo.
A sentença anunciada no mês a seguir representou a queda definitiva do produtor de cinema de 68 anos, que foi acusado de comportamento sexual agressivo por quase 90 mulheres, incluindo as atrizes Angelina Jolie e Salma Hayek.
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