Segundo fim de semana de julho já é sinónimo de NOS Alive, que promete, a cada edição, ter o “melhor cartaz sempre”. Esta quinta-feira, a multidão juntou-se no Passeio Marítimo de Algés, em Oeiras, para ver Ornatos Violeta, Jorja Smith, Mogwai, The Cure e mais umas mãos cheias de concertos.

No primeiro dia do festival, a animação começou às 15h00, com os Nassurra - todos os dias, o NOS Alive dá as boas vindas aos festivaleiros com concertos no pórtico de entrada do festival. Mas a festa começou a ganhar mais vida à hora do pôr do sol, com os Linda Martina e os Weezer no Palco NOS.

Veja na galeria as fotos dos concertos:

Honne, Sharon Van Etten , Funkamente e Tiago Nacarato também pintaram o final da tarde no Passeio Marítimo de Algés.

O regresso dos Ornatos Violeta

A primeira ovação do dia chegou pouco antes das nove da noite com os portugueses Ornatos Violeta. O concerto no NOS Alive marcou o regresso da banda do Porto aos palcos - o último espetáculo de Manel Cruz e companhia foi a 1 de novembro de 2012.

Ornatos Violeta
Ornatos Violeta créditos: JOÃO ROCHA

No festival do Passeio Marítimo de Algés, a banda celebrou os 20 anos do disco “O Monstro Precisa de Amigos”, lançado em 1999. O público juntou-se com toda a energia à “festa de aniversário” do álbum e embarcou numa viagem pelas canções que fazem parte da banda sonora de milhares de portugueses.

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“Olá, pessoal! F***-se”, saudou Manuel Cruz, seguindo-se uma homenagem a Zé Pedro - a banda liderada por Manel Cruz entrou em palco com “Circo de Feras”, dos  Xutos & Pontapés.

“Chaga”, "Fim da Canção”, “Capitão Romance” foram algumas das canções mais abraçadas pelo público. Mas foi em “Ouvi Dizer” que os fãs soltaram as vozes e encoraram os versos do tema dos Ornatos Violeta.

O alinhamento ainda contou com “Coisas”, “Há-de Encarnar”, “Deixa Morrer”, “Nuvem” e “OMEM”.

The Cure: duas horas a viajar até aos anos 1980

Depois do concerto da banda portuguesa, o palco NOS voltou a ser o ponto de encontro do público depois da meia-noite, para o concerto dos The Cure. Robert Smith (vocalista e guitarras), Simon Gallup (baixo), Jason Cooper (bateria), Roger O'Donnell (teclado) e Reeves Gabrels (guitarras) viajaram pelos sucessos da carreira e celebraram o aniversário do disco "Disintegration", editado em 1989.

The Cure
The Cure créditos: FOTO: STEFANI COSTA

Com o espírito leve e o olhar de quem não deve nada a ninguém, Robert Smith arrancou o concerto dos The Cure com um sorriso contagiante. E para a sorte do público do NOS Alive, os responsáveis pelo crescimento das vendas de guitarras na Escócia, continuam a cativar multidões de um jeito singular.

Apesar do passar dos anos, os The Cure continuam a ser capazes de transformar dor em arte, melancolia em esperança. E foi com um público contagiado por este sentimento que os ingleses subiram a palco, para aquecer a noite fresca de verão lisboeta.

Pairando como uma luz capaz de preencher a escuridão, os britânicos trouxeram na bagagem grandes clássicos. Mas a odisseia começou uns anos antes, em 1984, com "Shake Dog Shake", do álbum "The Top", que abriu caminho para "Burn" e "Fascination Street" - as três canções foram apenas o aquecimento para mais de 25 capítulos repletos de inquietação e saudade, mas sempre com um sorriso.

Durante quase duas horas, a banda ofereceu tudo - sempre num tom cinematográfico - e mais um pouco aos fãs. Apesar do recinto não estar cheio, os presentes fizeram-se ouvir com considerável eco, sempre com as memórias bem presentes.

Ao longo do concerto, os jogos de luz e as imagens ajudaram a pintar o cenário - para cada canção, os The Cure apresentaram um projeção diferente. Por exemplo, em "Primary", o 'background' do palco contou com grafismos que lembravam as pinturas em aquarela e em "39" as imagens projetadas reproduziram chamas.

O desfile de canções contou ainda com "Lullaby", "The Caterpillar", "The Walk", "I'm in Love" ou "Why Can't I Be You?". Já "Boys Don't Cry" ficou guardada para o final, marcando o momento de maior ovação da noite.

Durante todo o concerto, o público esteve em sintonia com a energia de Robert Smith, Simon Gallup, Jason Cooper, Roger O'Donnell e Reeves Gabrels - a cada canção, o público foi dançando como se estivesse a expulsar os demónios.

O brilho de Jorja Smith

Antes dos The Cure, no palco Sagres, Jorja Smith, brilhou, encantou e apaixonou. Ao NOS Alive, a artista britânica desfilou pelas canções de “Lost & Found”, o seu álbum de estreia.

Jorja Smith
Jorja Smith créditos: JOÃO ROCHA

“On My Mind”, “Teenage Fantasy”, “Where Did I Go?” ou “February 3rd” foram alguns dos temas que não ficaram de fora do alinhamento e que foram acolhidos com euforia pelos fãs.

“Blue Lights”, o tema com que Jorja Smith, se apresentou ao mundo marcou o ponto alto do concerto. Pelo aplauso final, o regresso da artista do Reino Unido a Portugal não deverá demorar muito.

Antes de Jorja Smith, os Weezer serviram a banda sonora do pôr do sol - e nem as falhas no som fizeram o público desanimar durante o concerto.

A nostalgia dos Weezer

Weezer
Weezer créditos: STEFANI COSTA

A última passagem da banda por Portugal foi em 2002, durante o Super Bock Super Rock, e o público já estava ansioso para um reencontro que não trouxe muitas novidades, já que os norte-americanos não lançam um disco desde 2014 - o último álbum de estúdio foi “Everything Will Be Alright in the End”, em 2014.

Mesmo sem grandes novidades, os Weezer conseguiram prender os fãs. No início, a banda atirou o clássico “My Name Is Jonas”,  dando as boas-vindas ao verão português.

Também não faltaram no alinhamento grandes hits como “Beverly Hills”, “Pork and Beans”, “The Good Life”, "Island in the Sun” e, para o delírio de alguns fãs, “Hash Pipe”, “Say It Ain’t So” e “Buddy Holly".

Mas o ponto alto chegou com “Take on Me”, dos A-ha, completando o clima de nostalgia que se foi vivendo.

Entrei público, era possível ver algumas crianças e adolescentes, provando que, mesmo sem novos lançamentos, os californianos Weezer continuam a cativar novos públicos com as suas canções.

No segundo dia do NOS Alive (sexta-feira, dia 12 de julho) à uma da manhã, Gossip fecham o palco NOS. Antes da banda norte-americana, a animação ficará a cargo dos Vampire Weekend, que atuam às onze da noite - no regresso ao Passeio Marítimo de Algés, o grupo tem na bagagem o seu mais recente disco, "Father of the Bride".

Palco NOS
Palco NOS créditos: JOÃO ROCHA

O segundo dia do NOS Alive é ainda marcado pela estreia dos Greta Van Fleet, banda de hard-rock norte-americana. O quarteto formado pelos três irmãos, Josh Kiszk, Jake Kiszk, Sam Kiszk e o amigo de longa data Danny Wagner, apresentam no Passeio Marítimo de Algés o álbum de estreia “Anthem of the Peaceful Army”.

Primal Scream, Perry Farrell's K.H.O e Izal também vão passar pelo NOS Alive esta sexta-feira.

No sábado, dia 12 de julho, o palco NOS abre com os portugueses The Gift, às 17h00. "Para este concerto os Gift estão a preparar um alinhamento muito especial onde apresentam uma seleção do seu trabalho, passando por alguns dos seus mais memoráveis álbuns e canções incluíndo do novo disco", avança a banda.

No alinhamento do Palco NOS seguem-se os Vetusta Morla e Tom Walker. Às 21h20 é a vez de Bon Iver espalhar a sua música pelo NOS Alive - os três discos editados, “For Emma, Forever Ago”, “Bon Iver, Bon Iver” e “22, A Million” contêm temas de sucesso como “Skinny Love”, “Holocene” ou "33 'God'", que não deverão ficar de fora do concerto.

Às 23h30, os The Smashing Pumpkins sobem ao Palco NOS. A banda norte-americana vai levar até ao Passeio Marítimo de Algés, em Oeiras, o novo álbum, “Shiny and Oh So Bright, Vol. 1 / LP: No Past. No Future. No Sun”, o primeiro trabalho de estúdio do grupo em 18 anos e que reúne os membros fundadores Billy Corgan, James Iha, Jimmy Chamberlin e o guitarrista de longa data Jeff Schroeder.