Susana Dias Ramos foi uma das protagonistas do "Extra" de "Big Brother - Duplo Impacto", da TVI. Formada em neuropsicologia clínica e com uma especialização em sexualidade e terapia de casal, a comentadora do reality show esteve à conversa com o SAPO Mag sobre a aventura no pequeno ecrã.

"Sempre fui [fã de reality shows], sempre acompanhei. Para além de estar relacionado com a minha área de trabalho, quem não adora ver de pertinho a vida dos outros? Eu pessoalmente acho que se podem retirar verdadeiras aprendizagens de vida pela observação", conta Susana Dias Ramos.

Para a comentadora, o mais interessante de se ver nos vários reality shows é "a capacidade que o ser humano tem em adaptar-se a diferentes lugares e estímulos". "Mas tenho de ser sincera, prefiro quando o grupo não se conhece, quando não há passados em comum ou informações que não deveriam ter. Gosto de ver as relações a formarem-se de base, tábua rasa, às cegas… quando se conhecem, há uma enorme influência não só nos intervenientes, como acaba por ter no grupo inteiro", frisa.

Ser comentadora do "Big Brother" foi um desafio para a neuropsicóloga. "Lidar com o fanatismo de grupo exteriores aos concorrentes, que muitas vezes nem os conhecem pessoalmente, e que depois até vimos a observar que não se identificam com os comportamentos desses mesmos fans. A violência verbal e insulto gratuito, e mesmo as ameaças à integridade física, não só dos comentadores, como dos concorrentes e suas famílias", confessa ao SAPO Mag.

"O maior desafio é não querer fugir disto que me causa uma enorme vergonha alheia. Algo que poderia ser tão giro, divertido e que sempre o foi, agora atingiu proporções que de graça nada têm, e faz com a que a pessoa comum prefira nem ver ou envolver-se neste tipo de coisas", sublinha a comentadora.

Sobre a prestação dos concorrentes, Susana Dias Ramos defende que, no início, todos pensam na estratégia de jogo. "No início… depois o tempo passa. As verdadeiras personalidades começam a mostrar-se, começamos a ver os concorrentes mais despidos de proteção. A evolução deles depende do grupo que vai ficando, como se diz no dia a dia: 'diz-me com quem andas… dir-te-ei quem és'", defende.

Depois de estar do lado de fora da 'casa mais vigiada do país', a comentadora confessa que aceitaria participar num reality show, mas não para já. "Aceitaria há alguns anos atrás, sem dúvida alguma. Agora não seria possível conciliar o meu trabalho com o facto de estar isolada do Mundo por tempo indeterminado. Mas o bichinho fica sempre… talvez aos 60, perto da reforma", brinca.