Mais do que uma simples coleção de aventuras e peripécias numa banda desenhada, as abordagens de Spirou e Fantasio no século XXI, por Émile Bravo, seguem a tradição instaurada desde os anos 40 quando passou a ser escrita por André Franquin - onde uma temática adulta (a 2ª Guerra Mundial) é trabalhada em longas narrativas com uma série de personagens secundários.

Spirou é um jovem paquete num hotel em Bruxelas e Fantasio é o seu melhor amigo - um jornalista fascinado pela ideia de ir à guerra e escrever grandes narrativas. Mas, quando a dura realidade do conflito chega à Bélgica, ambos viverão de diferentes formas a violência da ocupação e as alterações no dia-a-dia da cidade - para além de serem obrigados a interagirem (e tomarem partido) com o anti-semitismo crescente.

Nesta continuação ambos os protagonistas experimentam a pobreza e os desafios da sobrevivência, entre outros problemas trazidos pela guerra.

Spirou surgiu em 1938 na Bélgica, não distante de outras longevas criações da BD, como Tintin. A publicação continuou a existir durante a 2ª Guerra, mas foi tomando outros rumos ao longo dos anos - embora nunca perdendo o apelo popular.

Spirou continuou a ser um jovem que tenta sobreviver fiel aos seus princípios, muitas vezes funcionando como a voz da consciência do por vezes delirante Fantasio e suas ideias nem sempre politicamente corretas.