A obra chega ao mercado português, com tradução de Ana Rita Mendes e selo da Nuvem de Tinta, poucas semanas depois da edição internacional, assinalando a estreia literária de Annabel Steadman - que assina como A.F. Steadman - no universo da fantasia juvenil.

Ainda antes de publicar o livro, a escritora foi notícia pelo contrato milionário assinado em 2020 com a editora Simon & Schuster, por um valor não explicitado de sete dígitos, tido como o mais elevado de sempre para um autor estreante na área do livro infantil e juvenil.

Além do acordo literário - para a edição de pelo menos três volumes -, também a produtora Sony Pictures anunciou, em 2021, que tinha adquirido os direitos de adaptação da história para cinema, num contrato igualmente avultado.

Com os direitos de edição vendidos para 40 países, incluindo Portugal, "Skandar e o Roubo do Unicórnio" é já comparado a duas outras séries literárias que fizeram sucesso entre crianças e jovens: "Percy Jackson", de Rick Riordan, e "Harry Potter", de J.K. Rowling.

Em declarações, em março passado à publicação Publishers Weekly, A.F. Steadman, 30 anos, alinhava várias influências literárias, nomeadamente a série "Eragon", de Christopher Paolini, a trilogia "Mundos Paralelos", de Philip Pullman, assim como a obra das autoras Ursula K. Le Guin e Tamora Pierce.

"Skandar e o Roubo do Unicórnio", com mais de 400 páginas, é protagonizado por um rapaz inglês de 13 anos - Skandar Smith - que sonha ser cavaleiro de unicórnios e se prepara para fazer um exame em que espera ser "emparelhado com um desses animais extraordinários", lê-se no resumo da história.

No mundo de Skandar, escreveu a Publisher Weekly, "um unicórnio é uma criatura selvagem e temível, com olhos injetados de sangue e um fedor insuportável, a menos que se vincule a um humano após a eclosão do seu ovo".

Em entrevista em abril ao jornal The Guardian, A.F. Steadman contou que estudou línguas e Direito na Universidade de Cambridge, mas cedo percebeu que não queria seguir advocacia. Fez um curso de escrita criativa, escreveu uma coletânea de contos e um romance protagonizado por advogados, rejeitado por cerca de 20 editores.

Decidiu desenvolver a ideia de uma história que tinha guardada há alguns anos, que envolvia "um unicórnio sanguinário" e um rapaz "que não parecia muito popular, nem forte, nem seguro de si, nem nada daquilo que é esperado num herói", afirma numa carta aos leitores, citada pela editora portuguesa.

"Quando decidi que iria ser escritora e, por mais medo que tivesse de segui o sonho da minha vida, voltei a esse unicórnio e a esse rapaz, e construi um mundo para eles e para as leitoras e leitores como eu, que gostam de se evadir e embarcar em aventuras por lugares imaginários", lê-se na mesma carta.

Segundo a autora, o plano é desenvolver a história de Skandar em cinco volumes, acompanhando o crescimento da personagem entre os 13 e os 18 anos.