Entre sábado e domingo, vão ser apresentadas um total de oito obras do lisboeta, num diálogo entre esculturas como “Gigante” (2018) ou “Scripta” (2016) e performances de vários outros artistas.

O programa dispõe-se como um percurso de “obras ‘atravessáveis’”, refere Serralves em comunicado, de forma “estimulante e representativa da obra escultórica de Tropa”.

O destaque vai para a estreia de uma nova peça, “Choses sans ombre”, em que os coreógrafos Sofia Dias e Vítor Roriz foram convidados a trabalhar sobre a escultura “Le perchoir du Goëland (2018).

O projeto artístico é comissariado pela coordenadora do serviço de artes performativas de Serralves, Cristina Grande, e insere-se no ciclo “L’invitation aux Musées”, em que o CND convidou seis museus internacionais para programarem um período de dois dias com trabalhos que cruzem várias áreas artísticas.

“Choses sans ombre” estreia pelas 19:00 de sábado, junto à peça escultórica com que dialoga, e regressa no domingo, em vários horários, à semelhança das outras apresentações.

A escultura em bronze “Scripta”, no rés do chão do CND, combina com a performance do mesmo nome que junta Ana Rita Teodoro, João dos Santos Martins, Bettina Blanc-Penther, Calixto Neto, Lucas Lagomarsino e Raphaelle Delaunay.

O mesmo elenco apresenta, no primeiro andar, outro momento performático, desta feita em torno de “Gigante”, sendo que “Lanterna” (2011) e “Caracol” (2015), uma obra que junta peças metálicas, serigrafia, seda e ‘crochet’, completam o lote da exposição de Francisco Tropa em Paris.

O programa de curadoria do Centre Magasin des Horizons, é apresentado no mesmo fim de semana de Serralves, partindo do trabalho da revista liderada por Béatrice Josse, bem como do Museu Nacional de Arte Rainha Sofia, de Madrid.

O Museu de Arte Contemporânea de Serralves justifica o convite ao lisboeta pelo trabalho sobre os temas de "movimento e permanência, figuração e abstração, fisicalidade e simbolismo, tempo e suspensão", bem como a "transofmrações dos lugares" em que se inserem as suas obras, que utiliza "objetos e matérias vitais" para olhar para a história da arte e a origem da criação artística.

Tropa nasceu em 1968 em Lisboa, onde vive e trabalha, com um percurso artístico de mais de três décadas. Representou Portugal nas bienais de Veneza (2011), Rennes (2012), São Paulo (1999) ou Istambul (2011), entre outros.

Ao longo da carreira, foi cruzando com a escultura vários campos artísticos, do desenho à performance e à fotografia, juntando-se em Paris à dupla de coreógrafos Sofia Dias e Vítor Roriz, que desde 2006 trabalham em conjunto.

Receberam o Prix Jardin d’Europe em 2011, pelo espetáculo “Um gesto que não passa de uma ameaça”, e assumem atualmente a curadoria do Programa Avançado de Criação em Artes Performativas do Fórum Dança, para a temporada 2018/19.