No primeiro dia, Kevin Morby, Throes & The Shine e The New Power Generation são outras bandas a ter em conta no primeiro dia do Super Bock Super Rock 2017, do qual os RHCP são cabeças de cartaz. Se dos californianos não há muito a acrescentar, já que chegam com o pretexto de apresentar o novo álbum, mas sem esquecer toda a importância que consolidaram ao longo de décadas e que os afirmaram como uma das maiores bandas de rock, os The New Power Generation vêm dar vida a Prince, num concerto que promete ser dos mais inesquecíveis do Parque das Nações, em Lisboa, entre os dias 13 e 15 de julho.
Encarnado na voz de Bilal, será mais de uma hora a recordar todo o vasto contributo que o génio nos deixou. Claro que está guardada para o fim a mítica "Purple Rain", mas "Let’s Go Crazy", "Raspberry Beret" ou "1999" constarão com toda a certeza do alinhamento que permite que o legado de Prince tenha mais uma noite de glória.
Para quem não quiser estar dentro do MEO Arena, por volta das 22h25, bem pode ir para o palco LG para assistir a uma das bandas portuguesas mais efusivas em palco na atualidade. Throes & The Shine são capazes de deslocar o chão junto da escadaria do Pavilhão Atlântico uns centímetros para o lado, graças a "Wenga", lançado no ano passado, bem como "Mambos de Outros Tipos", de 2014. Habitués em festivais de verão, já se sabe que são sinónimo de dança. Como Diron, o vocalista já disse num concerto passado, “vocês aplaudem, nós agradecemos”.
De regresso a Portugal depois de uma atuação memorável no Vodafone Mexefest do passado ano está Kevin Morby. Desta vez, vem mais carregado na mala pois traz "City Music", lançado há poucas semanas. O autor de "Parade" e "I Have Been To The Mountains", antes de se aventurar a solo, ainda atravessou o deserto à brisa de bandas como The Babies e Woods. Diretamente de Los Angeles para Portugal, vem apresentar toda a sua vibe folk e indie. A não faltar debaixo da Pala do Pavilhão de Portugal, ou melhor dizendo, palco EDP.
O segundo dia está com as atenções voltadas para Future. Nesta heterogeneidade do festival, o dia do hip hop tem como cabeça de cartaz o autor da canção viral de 2017, "Mask Off". Ainda assim, não se pode reduzir o artista a apenas uma música e não se pode reduzir o dia a apenas um artista. A estreia em palco do projeto Língua Franca - este super grupo luso-brasileiro composto pela Capicua, Valete, Rael e Emicida - tem sido uma das surpresas refrescantes do género nos dois países. O single "Ela" deu o mote para o álbum que saiu recentemente e que despertou o apetite a muita da crítica tanto brasileira como portuguesa. Nós temos a sorte de vê-los em primeira mão antes de seguirem para o outro lado do Oceano Atlântico.
The Gift pode soar estranho estar neste dia, mas também estamos a assistir à segunda vida da banda liderada por Sónia Tavares. "Altar" foi editado em colaboração com a lenda viva Brian Eno e coincide com os 22 anos de carreira da banda. "Altar" é considerado pelos próprios como o seu “melhor álbum alguma vez feito”, já percorreu o mundo em grandes festivais, como responsável pela emergência de artistas The Great Escape, em Inglaterra, e até em Berlim. De Alcobaça para o mundo, The Gift estarão no segundo dia do Super Bock Super Rock.
Pusha T foi o nome encontrado para substituir Tyler, The Creator no festival. O norte-americano começou a dar os seus passos “à séria” quando assinou pela editora de Kanye West, sendo que a partir daí começou a ter os seus grandes momentos de fama, alcançados por exemplo em 2013 com o álbum “My name is my name”. Kendrick Lamar, 2Chainz, Rick Ross, Pharell Williams são alguns dos nomes que já trabalharam com o nova-iorquino e que terão réplica no concerto que ocorrerá estranhamente às 17h.
Quem também está de regresso após longa ausência são os Deftones. Lendários no rock, já com mais de 20 anos de carreira, vêm a Portugal com "Gore" que é considerado um dos melhores álbuns desde o clássico "White Pony" (2000). Mas há outros nomes que merecem menção neste dia, como Seu Jorge num tributo da David Bowie. "The Life Aquatic" foi lançado em 2005 como uma coletânea de canções do artista também falecido ao ano passado, por parte do carioca. Em mais uma homenagem no Parque das Nações, iremos escutar "Starman" ou "Life on Mars" com um sotaque bem familiar.
Também dotado de sotaque familiar é Silva. O brasileiro faz parte da nova música popular brasileira e emergiu por cantar tributos a Cazuza ou a Marisa Monte, este último lançado este ano. Mas a sua carreira de autor não fica atrás em qualidade. "Claridão", "Vista pro Mar" e "Júpiter" são as provas disso.
Já deste lado, no Velho Continente, mais concretamente da Bélgica, Taxiwars são outra das bandas que não se pode perder. Em Portugal também depois de terem atuado ao vivo no Vodafone Mexefest, a banda de Tom Barman, vocalista da banda mais conhecida da Bélgica, dEUS, apresenta-nos um outro registo “punky”, voltado para o jazz. "Death Cab Through Wet Snow" é a prova A que precisa para confirmar esta afirmação.
O mote está lançado para os dias 13, 14 e 15 de julho se tornarem memoráveis. Uma viagem musical para preparar, para viver e para recordar mais tarde - com muito rock e não só.
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