De nome verdadeiro Grigori Tchkhartishvili, o romancista aparece na lista de novos “agentes estrangeiros” publicada na passada sexta-feira, 12 de janeiro, pelo Ministério da Justiça russo.

As autoridades acusam-no de “opor-se à operação militar especial na Ucrânia”, nome que Moscovo dá ao ataque lançado em 2022.

Acusam-no também de ter “divulgado informações imprecisas com o objetivo de passar uma imagem negativa da Rússia e das suas forças armadas” e de ter recolhido fundos a favor do exército ucraniano.

Nascido em 1956 na Geórgia, então uma república soviética, Boris Akunin é um escritor conhecido na Rússia pelos seus romances policiais históricos, em particular a saga "As Investigações de Erastus Fandorin", um herói que viveu na era czarista.

Escreveu ainda "História do Estado Russo", uma compilação de nove volumes que traça os desenvolvimentos do Estado russo até a revolução de 1917.

Boris Akunin manifestou-se contra a anexação da península ucraniana da Crimeia em 2014, antes de se exilar em Londres, onde reside desde então.

A 24 de fevereiro de 2022, lamentou numa publicação na rede social Facebook a eclosão de “uma guerra absurda” na Ucrânia e foi, entretanto, cofundador do projeto “Nastoyashchaia Rossia” (“Rússia Real”), apoiado por diversas personalidades da cultura no exílio e destinado a apoiar os refugiados ucranianos.

O estatuto de “agente estrangeiro” impõe restrições administrativas pesadas na Rússia às pessoas ou entidades envolvidas, incluindo a monitorização regular das suas fontes de financiamento.

Exige também que qualquer publicação, incluindo nas redes sociais, seja acompanhada do rótulo “agente estrangeiro”.